domingo, 31 de agosto de 2008

Sociologia da Educação - Texto 1



MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. __________: Editora Brasiliense, _______, pp. 7-33.

O que é Sociologia


INTRODUÇÃO

A sociologia constitui um projeto intelectual tenso e contraditório. Para alguns ela representa uma poderosa arma a serviço dos interesses domi­nantes, para outros ela é a expressão teórica dos movimentos revolucionários.
A sua posição é notavelmente contraditória. De um lado, foi proscrita de inúmeros centros de ensino. Foi fustigada, em passado recente, nas universidades brasileiras, congelada pelos governos militares argentino, chileno e outros do gênero. Em 1968, os coronéis gregos acusavam-na de ser disfarce do marxismo e teoria da revolução. En­quanto isso, os estudantes de Paris escreviam nos muros da Sorbone que "não teríamos mais pro­blemas quando o último sociólogo fosse estrangu­lado com as tripas do último burocrata".
Como compreender as avaliações tão diferentes dirigidas com relação a esta ciência? Para escla­recer esta questão, torna-se necessário conhecer, ainda que de forma bastante geral e com algumas omissões, um pouco de sua história. Isto me leva a situar a sociologia — este conjunto de conceitos, de técnicas e de métodos de investigação produzi­dos para explicar a vida social — no contexto histórico que possibilitou o seu surgimento, for­mação e desenvolvimento.
Este livro parte do princípio de que a sociologia é o resultado de uma tentativa de compreensão de situações sociais radicalmente novas, criadas pela então nascente sociedade capitalista. A trajetória desta ciência tem sido uma constante ten­tativa de dialogar com a civilização capitalista, em suas diferentes fases.
Na verdade, a sociologia, desde o seu início, sempre foi algo mais do que uma mera tentativa de reflexão sobre a sociedade moderna. Suas expli­cações sempre contiveram intenções práticas, um forte desejo de interferir no rumo desta civili­zação. Se o Pensamento científico sempre guarda uma correspondência com a vida social, na socio­logia esta influência é particularmente marcante. Os interesses econômicos e políticos dos grupos e das classes saciais, que na sociedade capitalista apresentam-se de forma divergente, influenciam profundamente a elaboração do pensamento sociológico.
Procuro apresentar, em termos de debate, a dimensão política da sociologia, a natureza e as conseqüências de seu envolvimento nos embates entre os grupos e as classes sociais e refletir em que medida os conceitos e as teorias produzidos pêlos sociólogos contribuem para manter ou alterar as relações de poder existentes na sociedade.

CAPÍTULO PRIMEIRO: O SURGIMENTO

Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. A evolu­ção do pensamento científico, que vinha se cons­tituindo desde Copérnico, passa a cobrir, com a sociologia, uma nova área do conhecimento ainda não incorporada ao saber científico, ou seja, o mundo social. Surge posteriormente à constituição das ciências naturais e de diversas ciências sociais.
A sua formação constitui um acontecimento complexo para o qual concorrem uma constelação de circunstâncias, históricas e intelectuais, e determinadas intenções práticas. O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desa­gregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. A sua criação não é obra de um único filósofo ou cientista, mas representa o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso.
O século XVIII constitui um marco importante para a história do pensamento ocidental e para o surgimento da sociologia. As transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleram a partir dessa época colocarão problemas inéditos para os homens que experimentavam as mudanças que ocorriam no ocidente europeu. A dupla revolução que este século testemunha — a indus­trial e a francesa — constituía os dois lados de um mesmo processo, qual seja, a instalação definitiva da sociedade capitalista. A palavra sociologia apareceria somente um século depois, por volta de 1830, mas são os acontecimentos desencadeados pela dupla revolução que a precipitam e a tornam possível.
Não constitui objetivo desta parte do trabalho proceder a uma análise destas duas revoluções, mas apenas estabelecer algumas relações que elas possuem com a formação da sociologia. A revo­lução industrial significou algo mais do que a intro­dução da máquina a vapor e dos sucessivos aperfei­çoamentos dos métodos produtivos. Ela represen­tou o triunfo da indústria capitalista, capitaneada pelo empresário capitalista que foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o seu controle, convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuidos.
Cada avanço com relação à consolidação da sociedade capitalista representava a desintegração, o solapamento de costumes e instituições até então existentes e a introdução de novas formas de organizar a vida social. A utilização da máquina na produção não apenas destruiu o artesão inde­pendente, que possuía um pequeno pedaço de terra, cultivado nos seus momentos livres. Este foi também submetido a uma severa disciplina, a novas formas de conduta e de relações de tra­balho, completamente diferentes das vividas anteriormente por ele.
Num período de oitenta anos, ou seja, entre 1780 e 1860, a Inglaterra havia mudado de forma marcante a sua fisionomia. País com pequenas cidades, com uma população rural dispersa, passou a comportar enormes cidades, nas quais se con­centravam suas nascentes indústrias, que espalha­vam produtos para o mundo inteiro. Tais modifi­cações não poderiam deixar de produzir novas realidades para os homens dessa época. A formação de uma sociedade que se industrializava e urba­nizava em ritmo crescente implicava a reordenação da sociedade rural, a destruição da servidão, o desmantelamento da família patricial etc. A trans­formação da atividade artesanal em manufatureira e, por último, em atividade fabril, desenca­deou uma maciça emigração do campo para a cidade, assim como engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho de pelo menos doze horas, sem férias e feriados, ganhando um salário de subsistência. Em alguns setores da indústria ingle­sa, mais da metade dos trabalhadores era cons­tituída por mulheres e crianças, que ganhavam salários inferiores dos homens.
A desaparição dos pequenos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho etc, tiveram um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao modificar radicalmente suas formas habituais de vida. Estas transformações, que possuíam um sabor de cataclisma, faziam-se mais visíveis nas cidades industriais, local para onde convergiam todas estas modificações e explodiam suas conseqüências. Estas cidades passavam por um vertiginoso crescimento demo­gráfico, sem possuir, no entanto, uma estrutura de moradias, de serviços sanitários, de saúde, capaz de acolher a população que se deslocava do campo. Manchester, que constitui um ponto de referência indicativo desses tempos, por volta do início do século XIX era habitada por setenta mil habitantes; cinqüenta anos depois, possuía trezentas mil pessoas. As conseqüências da rápida industrialização e urbanização levadas a cabo pelo sistema capitalista foram tão visíveis quanto trá­gicas: aumento assustador da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da crimi-nalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera que dizimaram parte da população etc. é evidente que a situação de miséria também atingia o campo, principalmente os trabalhadores assalariados, mas o seu epicentro ficava, sem dúvi­da, nas cidades industriais.
Um dos fatos de maior importância relacionados com a revolução industrial é sem dúvida o apareci­mento do proletariado e o papel histórico que ele desempenharia na sociedade capitalista. Os efeitos catastróficos que esta revolução acarretava para a classe trabalhadora levaram-na a negar suas con­dições de vida. As manifestações de revolta dos trabalhadores atravessaram diversas fases, como a destruição das máquinas, atos de sabotagem e explosão de algumas oficinas, roubos e crimes, evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos etc. A conseqüência desta crescente organização foi a de que os "pobres" deixaram de se confrontar com os "ricos"; mas uma classe específica, a classe operária, com cons­ciência de seus interesses, começava a organizar-se para enfrentar os proprietários dos instrumentos de trabalho. Nesta trajetória, iam produzindo seus jornais, sua própria literatura, procedendo a uma crítica da sociedade capitalista e inclinando-se para o socialismo como alternativa de mudança.
Qual a importância desses acontecimentos para a sociologia? O que merece ser salientado é que a profundidade das transformações em curso colocava a sociedade num plano de análise, ou seja, esta passava a se constituir em "problema", em "objeto" que deveria ser investigado. Os pensado­res ingleses que testemunhavam estas transforma­ções e com elas se preocupam não eram, no en­tanto, homens de ciência ou sociólogos que viviam desta profissão. Eram antes de tudo homens voltados para a ação, que desejavam introduzir determinadas modificações na sociedade. Parti­cipavam ativamente dos debates ideológicos em que se envolviam as correntes liberais, conserva­doras e socialistas. Eles não desejavam produzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar ou modi­ficar radicalmente a sociedade de seu tempo. Tal fato significa que os precursores da sociologia foram recrutados entre militantes políticos, entre indivíduos que participavam e se envolviam pro­fundamente com os problemas de suas sociedades. Pensadores como Owen (1771-1858), William Thompson (1775-1833), Jeremy Bentham (1748-1832), só para citar alguns daquele momento histó­rico, podiam discordar entre si ao julgarem as novas condições de vida provocadas pela revolução industrial e as modificações que deveriam ser reali­zadas na nascente sociedade industrial, mas todos eles concordavam que ela produzira fenômenos inteiramente novos que mereciam ser analisados. O que eles refletiram e escreveram foi de funda­mental importância para a formação e constituição de um saber sobre a sociedade.
A sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial. Boa parte de seus temas de análise e de reflexão foi retirada das novas situa­ções, como, por exemplo, a situação da classe trabalhadora, o surgimento da cidade industrial, as transformações tecnológicas, a organização do trabalho na fábrica etc. ë a formação de uma estrutura social muito específica — a sociedade capitalista - que impulsiona uma reflexão sobre a sociedade, sobre suas transformações, suas crises, seus antagonismos de classe. Não é por mero acaso que a sociologia, enquanto instrumento de análise, inexistia nas relativamente estáveis sociedades pré-capitalistas, uma vez que o ritmo e o nível das mudanças que aí se verificavam não chegavam a colocar a sociedade como "um problema" a ser investigado.
O surgimento da sociologia, como se pode per­ceber, prende-se em parte aos abalos provocados pela revolução industrial, pelas novas condições de existência por ela criadas. Mas uma outra circunstância.concorreria também para a sua formação. Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas formas de pensamento. As trans­formações econômicas, que se achavam em curso no ocidente europeu desde o século XVI, não poderiam deixar de provocar modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura.
A partir daquele momento, o pensamento paulatinamente vai renunciando a uma visão sobre­natural para explicar os fatos e substituindo-a por uma indagação racional. A aplicação da observação e da experimentação, ou seja, do método cientí­fico para a explicação da natureza, conhecia uma fase de grandes progressos. Num espaço de cento e cinqüenta anos, ou seja, de Copérnico a Newton, a ciência passou por um notável progresso, mudan­do até mesmo a localização do planeta Terra no cosmo.
O emprego sistemático da observação e da experimentação como fonte para a exploração dos fenômenos da natureza estava possibilitando uma grande acumulação de fatos. O estabelecimento de relações entre estes fatos ia possibilitando aos homens dessa época um conhecimento da natu­reza que lhes abria possibilidade de a controlar e dominar.
O pensamento filosófico do século XVII contribuiu para popularizar os avanços do pensamento científico. Para Francis Bacon (1561-1626), por exemplo, a teologia deixaria de ser a forma norteadora do pensamento. A autoridade, que exata-mente constituía um dos alicerces da teologia, deveria, em sua opinião, ceder lugar a uma dúvida metódica, a fim de possibilitar um conhecimento objetivo da realidade. Para ele, o novo método de conhecimento, baseado na observação e na experimentação, ampliaria infinitamente o poder do homem e deveria ser estendido e aplicado ao estudo da sociedade. Partindo destas idéias, chegou a propor um programa para acumular os dados dis­poníveis e com eles realizar experimentos a fim de descobrir e formular leis gerais sobre a sociedade.
O emprego sistemático da razão, do livre exame da realidade — traço que caracterizava os pensa­dores do século XVII, os chamados racionalistas -, representou um grande avanço para libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição, da "revelação" e, conseqüentemente, para a for­mulação de uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura.
Diga-se de passagem que o progressivo abandono da autoridade, do dogmatismo e de uma concepção providencialista, enquanto atitudes intelectuais para analisar a realidade, não constituía um acon­tecimento circunscrito apenas ao campo científico ou filosófico. A literatura do século XVII, por exemplo, constituía uma outra área que ia se afas­tando do pensamento oficial, na medida em que se rebelava contra a criação literária legitimada pelo poder. A obra de vários literatos dessa época investia contra as instituições oficiais, procurando desmascarar os fundamentos do poder político, contribuindo assim para a renovação dos costumes e hábitos mentais dos homens da época.
Se no século XVIII os dados estatísticos voavam, indicando uma produtividade antes desconhecida, o pensamento social deste período também realiza­va seus vôos rumo a novas descobertas. A pressupo­sição de que o processo histórico possui uma lógica passível de ser apreendida constituiu um aconteci mento que abria novas pistas para a investigação racional da sociedade. Este enfoque, por exemplo, estava na obra de Viço (1668-1744), para o qual é o homem quem produz a história. Apoiando-se nesse ponto de vista, afirmava que a sociedade podia ser compreendida porque, ao contrário da natureza, ela constitui obra dos próprios indiví­duos. Essa postura diante da sociedade, que en­contra em Viço um de seus expoentes, influenciou os historiadores escoceses da época, como David Hume (1711-1776) e Adam Ferguson (1723-1816), e seria posteriormente desenvolvida e amadurecida por Hegel e Marx.
Data também dessa época a disposição de tratar a sociedade a partir do estudo de seus grupos e não dos indivíduos isolados. Essa orientação esta­va, por exemplo, nos trabalhos de
Ferguson, que acrescentava que para o estudo da sociedade era necessário evitar conjecturas e especulações. A obra oeste historiador escocês revela a influência de algumas idéias de Bacon, como a de que é a indução, e não a dedução, que nos revela a natureza do mundo, e a importância da observação enquanto instrumento para a obtenção do conheci mento.
No entanto, é entre os pensadores franceses do século XVIII que encontramos um grupo de filó­sofos que procurava transformar não apenas as velhas formas de conhecimento, baseadas na tra­dição e na autoridade, mas a própria sociedade Os iluministas, enquanto ideólogos da burguesia, que nesta época posicionava-se de forma revolu­cionária, atacaram com veemência os fundamentos da sociedade feudal, os privilégios de sua classe dominante e as restrições que esta impunha aos interesses econômicos e políticos da burguesia.
é a intensidade do conflito entre as classes dominantes da sociedade feudal e a burguesia revolucionária que leva os filósofos, seus represen­tantes intelectuais, a atacarem de forma impiedosa a sociedade feudal e a sua estrutura de conheci­mento, e a negarem abertamente a sociedade existente.
Para proceder a uma indação crítica da socie­dade da época, os iluministas partiram dos seus antecessores do século XVII, como Descartes, Bacon, Hobbes e outros, reelaborando, porém, algumas de suas idéias e procedimentos. Ao invés de utilizar a dedução, como a maioria dos pensa­dores do século XVII, os iluministas insistiam numa explicação da realidade baseada no modelo das ciências da natureza. Nesse sentido, eram influenciados mais por Newton, com seu modelo de conhecimento baseado na observação, na expe­rimentação e na acumulação de dados, do que Descartes, com seu método de investigação baseado na dedução.
Influenciado por esse estado de espírito, Condorcet (1742-1794), por exemplo, desejava aplicar os métodos matemáticos ao estudo dos fenômenos sociais, estabelecendo uma área própria de inves­tigação a que denominava "matemática social". Admitia ele que, utilizando os mesmos procedi­mentos das ciências naturais para o estudo da sociedade, este poderia atingir a mesma precisão de vocabulário e exatidão de resultados obtidas por aqueles.
Combinando o uso da razão e da observação, os iluministas analisaram quase todos os aspectos da sociedade. Os trabalhos de Montesquieu (1689-1755), por exemplo, estabelecem uma série de observações sobre a população, o comércio, a religião, a moral, a família etc. O objetivo dos iluministas, ao estudar as instituições de sua época, era demonstrar que elas eram irracionais e injustas, que atentavam contra a natureza dos indivíduos e, nesse sentido, impediam a liberdade do homem. Concebiam o indivíduo como dotado de razão, Possuindo uma perfeição inata e destinado à liberdade e à igualdade social. Ora, se as instituições existentes constituíam um obstáculo à liberdade ao indivíduo e à sua plena realização, elas, segundo eles, deveriam ser eliminadas. Dessa forma reivindicavam a liberação do indivíduo de todos os laços sociais tradicionais, tal como as corporações, a autoridade feudal etc.
Procedendo desta forma, os iluministas confe­riam uma clara dimensão crítica e negadora ao conhecimento, pois este assumia a tarefa não só de conhecer o mundo natural ou social tal como se apresentavam, mas também de criticá-lo e rejeitá-lo. O conhecimento da realidade e a disposição de transformá-la eram, portanto, uma só coisa. A filosofia, de acordo com esta concepção, não cons­tituía um mero conjunto de noções abstraías dis­tante e à margem da realidade, mas, ao contrário, um valioso instrumento prático que criticava a sociedade presente, vislumbrando outras possibili­dades de existência social além das existentes.
O visível progresso das formas de pensar, fruto das novas maneiras de produzir e viver, contribuía para afastar interpretações baseadas em supersti­ções e crenças infundadas, assim como abria um espaço para a constituição de um saber sobre os fenômenos histórico-sociais. Esta crescente racio­nalização da vida social, que gerava um clima pro­pício à constituição de um estudo científico da sociedade, não era, porém, um privilégio de filó­sofos e homens que se dedicavam ao conheci­mento.
O "homem comum" dessa época também deixava, cada vez mais, de encarar as instituições sociais, as normas, como fenômenos sagrados e imutáveis, submetidos a forças sobrenaturais, passando a percebê-las como produtos da atividade humana, portanto passíveis de serem conhecidas e transformadas.
A intensidade da crítica às instituições feudais levada a cabo pêlos iluministas constituía indisfarçável indício da virulência da luta que a burguesia travava no plano político contra as classes que sustentavam a dominação feudal. Na França, o conflito entre as novas forças sociais ascendentes chocava-se com uma típica monarquia absolutista, que assegurava consideráveis privilégios a aproxi­madamente quinhentas mil pessoas, isso num país que possuía ao final do século XVIII uma popu­lação de vinte e três milhões de indivíduos. Esta camada privilegiada não apenas gozava de isenção de impostos e possuía direitos para receber tribu­tos feudais, mas impedia ao mesmo tempo a cons­tituição de livre-empresa, a exploração eficiente da terra e demonstrava-se incapaz de criar uma administração padronizada através de uma polí­tica tributária racional e imparcial.
A burguesia, ao tomar o poder em 1789, investiu decididamente contra os fundamentos da socie­dade feudal, procurando construir um Estado que assegurasse sua autonomia em face da Igreja e que protegesse e incentivasse a empresa capitalista. Para a destruição do "ancien regime", foram mobi­lizadas as massas, especialmente os trabalhadores pobres das cidades. Alguns meses mais tarde, elas foram presenteadas", pela nova classe dominante, com a interdição dos seus sindicatos.
A investida da burguesia rumo ao poder, sucedeu-se uma liquidação sistemática do velho regime. A revolução ainda não completara um ano de existência, mas fora suficientemente intempestiva para liquidar a velha estrutura feudal e o Estado monárquico.
O objetivo da revolução de 1789 não era apenas mudar a estrutura do Estado, mas abolir radical­mente a antiga forma de sociedade, com suas instituições tradicionais, seus costumes e hábitos arraigados, e ao mesmo tempo promover profundas inovações na economia, na política, na vida cul­tural etc. é dentro desse contexto que se situam a abolição dos grêmios e das corporações e a promulgação de uma legislação que limitava os poderes patriarcais na família, coibindo os abusos da autoridade do pai, forçando-o a uma divisão igualitária da propriedade. A revolução desferiu também seus golpes contra a Igreja, confiscando suas propriedades, suprimindo os votos monás­ticos e transferindo para o Estado as funções da educação, tradicionalmente controladas pela Igreja. Investiu contra e destruiu os antigos privilégios de classe, amparou e incentivou o empresário.
O impacto da revolução foi tão profundo que, passados quase setenta anos do seu triunfo, Alexis de Tocqueville, um importante pensador francês, referia-se a ela da seguinte maneira: "A Revolução segue seu curso: à medida que vai aparecendo a cabeça do monstro, descobre-se que, após ter destruído as instituições políticas, ela suprime as instituições civis e muda, em seguida, as leis, os usos, os costumes e até a língua; após ter arruinado a estrutura do governo, mexe nos fundamentos da sociedade e parece querer agredir até Deus; quando esta mesma Revolução expande se rapidamente por toda a parte com procedimen­tos desconhecidos, novas táticas, máximas mortí­feras, poder espantoso que derruba as barreiras dos impérios, quebra coroas, esmaga povos e — coisa estranha - chega ao mesmo tempo a ganhá-los para a sua causa; à medida que todas estas coisas explodem, o ponto de vista muda. O que à primeira vista parecia aos príncipes da Europa e aos estadis­tas um acidente comum na vida dos povos, tornou-se um fato novo, tão contrário a tudo que aconteceu antes no mundo e no entanto tão geral, tão monstruoso, tão incompreensível que, ao apercebê-lo, o espírito fica como que perdido".
O espanto de Tocqueville diante da nova reali­dade inaugurada pela revolução francesa seria com­partilhado também por outros intelectuais do seu tempo. Durkheim, por exemplo, um dos funda­dores da sociologia, afirmou certa vez que a partir do momento em que "a tempestade revolucionária passou, constituiu-se como que por encanto a noção de ciência social". O fato é que pensadores franceses da época, como Saint-Simon. Comte Lê Play e alguns outros, concentrarão suas reflexões sobre a natureza e as conseqüências da revo­lução. Em seus trabalhos, utilizarão expressões como "anarquia", "perturbação", "crise", "de­sordem", para julgar a nova realidade provocada pela revolução. Nutriam em geral esses pensadores um certo rancor pela revolução, principalmente por aquilo que eles designavam como "os seus falsos dogmas", como o seu ideal de igualdade, de liberdade, e a importância conferida ao indiví­duo em face das instituições existentes.
A tarefa que esses pensadores se propõem é a de racionalizar a nova ordem, encontrando soluções para o estado de "desorganização" então existente. Mas para restabelecer a "ordem e a paz", pois é a esta missão que esses pensadores se entregam, para encontrar um estado de equilíbrio na nova sociedade, seria necessário, segundo eles, conhecer as leis que regem os fatos sociais, instituindo, portanto uma ciência da sociedade.
A verdade é que a burguesia, uma vez instalada no poder, se assusta com a própria revolução. Uma das facções revolucionárias, por exemplo, os jacobinos, estava disposta a aprofundá-la, radi­calizando-a e levando-a até o fim, situando-a além do projeto e dos interesses da burguesia. Para contornar a propagação de novos surtos revolu­cionários, enquanto estratégia para modificação das sociedades, seria necessário, de acordo com os interesses da burguesia, controlar e neutralizar novos levantes revolucionários. Nesse sentido, era de fundamental importância proceder a modifi­cações substanciais em sua teoria da sociedade.
A interpretação crítica e negadora da realidade, que constituiu um dos traços marcantes do pensa­mento iluminista e alimentou o projeto revolucio­nário da burguesia, deveria de agora em diante ser "superada" por uma outra que conduzisse não mais à revolução, mas à "organização", ao 'aper­feiçoamento" da sociedade. Saint-Simon, de uma maneira muito explícita, afirmaria a este respeito que "a filosofia do último século foi revolucio­nária; a do século XX deve ser reorganizadora". A tarefa que os fundadores da sociologia assumem é, portanto, a de estabilização da nova ordem. Comte também é muito claro quanto a essa ques­tão. Para ele, a nova teoria da sociedade, que ele denominava de "positiva", deveria ensinar os homens a aceitar a ordem existente, deixando de lado a sua negação.
A França, no início do século XIX, ia se tor­nando visivelmente uma sociedade industrial, com uma introdução progressiva da maquinaria, prin­cipalmente no setor têxtil. Mas o desenvolvi­mento acarretado por essa industrialização causava aos operários franceses miséria e desemprego. Essa situação logo encontraria resposta por parte da classe trabalhadora. Em 1816-1817 e em 1825-1827, os operários destroem as máquinas em mani­festações de revolta. Com a industrialização da sociedade francesa, conduzida pelo empresario capitalista, repetem-se determinadas situações sociais vividas pela Inglaterra no início de sua revolução industrial. Eram visíveis, a essa época, a utilização intensiva do trabalho barato de mulhe­res e crianças, uma desordenada migração do cam­po para a cidade, gerando problemas de habitação, de higiene, aumento do alcoolismo e da prosti­tuição, alta taxa de mortalidade infantil etc.
A partir da terceira década do século XIX, intensificam-se na sociedade francesa as crises econômicas e as lutas de classes. A contestação da ordem capitalista, levada a cabo pela classe trabalhadora, passa a ser reprimida com violência, como em 1848, quando a burguesia utiliza os aparatos do Estado, por ela dominado, para sufo­car as pressões populares. Cada vez mais ficava claro para a burguesia e seus representantes inte­lectuais que a filosofia iluminista, que passava a ser designada por eles como "metafísica", "atividade crítica inconseqüente", não seria capaz de interromper aquilo que denominavam estado de "desorganização", de "anarquia política" e criar uma ordem social estável.
Determinados pensadores da época estavam imbuídos da crença de que para introduzir uma “higiene” na sociedade, para reorganizá-la, seria necessário fundar uma nova ciência. Drkheim, ao discutir a formação da sociologia na França do século XIX, refere-se a Saint-Simon da seguinte forma:

“O desmoronamento do antigo sistema social, ao instigar a reflexão à busca de um remédio para os males de que a sociedade padecia, incitava-o por isso mesmo a aplicar-se às coisas coletivas. Partindo da idéia de que a perturbação que atingia as socie­dades européias resultava do seu estado de desor­ganização intelectual, ele entregou-se à tarefa de pôr termo a isto. Para refazer uma consciência nas sociedades, são estas que importa, antes de tudo, conhecer. Ora, esta ciência das sociedades, a mais importante de todas, não existia; era neces­sário, portanto, num interesse prático, fundá-la sem demora".

Como se percebe pela afirmação de Durkheim, esta ciência surge com interesses práticos e não "como que por encanto", como certa vez afirmara.
Enquanto resposta intelectual à "crise social" de seu tempo, os primeiros sociólogos irão revalorizar determinadas instituições que segundo eles desem­penham papéis fundamentais na integração e na coesão da vida social. A jovem ciência assumia como tarefa intelectual repensar o problema da ordem social, enfatizando a importância de insti­tuições como a autoridade, a família, a hierarquia social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade. Assim, por exemplo, Lê Play (1806-1882) afirmaria que é a família e não o indivíduo isolado que possuía significação para uma compreensão da sociedade, pois era uma uni­dade fundamental para a experiência do indivíduo e elemento importante para o conhecimento da sociedade. Ao realizar um vasto estudo sobre as famílias de trabalhadores, insistia que estas, sob a industrialização, haviam se tornado descontínuas, inseguras e instáveis. Diante de tais fatos, propunha como solução para a restauração de seu papel de "unidade social básica" a reafirmação da autori­dade do "chefe de família", evitando a igualdade jurídica de homens e mulheres, delimitando o papel da mulher às funções exclusivas de mãe, esposa e filha.
Procedendo dessa forma, ou seja, tentando ins­taurar um estado de equilíbrio numa sociedade cindida pêlos conflitos de classe, esta sociologia inicial revestiu-se de um indisfarçável conteúdo estabilizador, ligando-se aos movimentos de refor­ma conservadora da sociedade.
Na concepção de um de seus fundadores, Comte, a sociologia deveria orientar-se no sentido de co­nhecer e estabelecer aquilo que ele denominava leis imutáveis da vida social, abstendo-se de qual­quer consideração crítica, eliminando também Qualquer discussão sobre a realidade existente, ««ando de abordar, por exemplo, a questão da igualdade, da justiça, da liberdade. Vejamos como ele define e quais objetivos deveria ela perseguir, na sua concepção:

“Entendo por física social a ciência que tem por objeto o próprio estudo dos fenômenos sociais, segundo o mesmo espírito com que são considerados os fenômenos astronômicos, físicos, químicos e fisiológicos, isto é, submetidos a leis invariáveis, cuja descoberta é o objetivo de suas pesquisas. Os resultados de suas pesquisas tornam-se o ponto de partida positivo dos trabalhos do homem de Estado, que só tem, por assim dizer, como obje­tivo real descobrir e instituir as formas práticas correspondentes a esses dados fundamentais, a fim de evitar ou pelo menos mitigar, quanto possível, as crises mais ou menos graves que um movimento espontâneo determina, quando não foi previsto. Numa palavra, a ciência conduz à previdência, e a previdência permite regular a ação".


Não deixa de ser sugestivo o termo "física social", utilizado por Comte para referir-se à nova ciência, uma vez que ele expressa o desejo de construí-la a partir dos modelos das ciências físico-naturais. A oficialização da sociologia foi, portanto em larga medida uma criação do positi­vismo, e uma vez assim constituída procurará realizar a legitimação intelectual do novo regime.
Esta sociologia de inspiração positivista procu­rará construir uma teoria social separada não ape­nas da filosofia negativa, mas também da economia política como base para o conhecimento da reali­dade social. Separando a filosofia e a economia política, isolando-as do estudo da sociedade, esta sociologia procura criar um objeto autônomo, "o social", postulando uma independência dos fenômenos sociais em face dos econômicos.
Não será esta sociologia, criada e moldada pelo espírito positivista, que colocará em questão fundamentos da sociedade capitalista, já então plenamente configurada. Também não será nela que o proletariado encontrará a sua expressão teó­rica e a orientação para suas lutas práticas. É no pensamento socialista, em seus diferentes matizes, que o proletariado, esse rebento da revolução in­dustrial, buscará seu referencial teórico para levar adiante as suas lutas na sociedade de classes. É nes­te contexto que a sociologia vincula-se ao socialis­mo e a nova teoria crítica da sociedade passa a estar ao lado dos interesses da classe trabalhadora. Envolvendo-se desde o seu início nos debates entre as classes sociais, nas disputas e nos anta­gonismos que ocorriam no interior da sociedade, a sociologia sempre foi algo mais do que mera tentativa de reflexão sobre a moderna sociedade. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas, um desejo de interferir no rumo desta civilização, tanto para manter como para alterar os fundamentos da sociedade que a impulsionaram e a tornaram possível.




34 comentários:

Anônimo disse...

Questão 1

Acredito que a Educação, apesar das conturbações que passou desde sua formação, possui um futuro mais promissor na sociedade atual ema vez que existe uma maior reinvidicação da população por seu direitos e essa consciência, tem posto a Educação como a responsável por essas mudanças.

Pablo Eduardo
Turma 4

Anônimo disse...

2) Em que ela pode ser útil ao educador em sala de aula?

Analogamente ao evento que desencadeou o seu surgimento, a sociologia no contexto social da sala de aula, tentaria explicar-dar reposta- às mudanças ocorridas nesse meio social. Viria de uma necessidade prática de intervir no rumo que a situação no meio sala de aula vem tomando nos dias de hoje, oferendo novos caminhos plausíveis e benéficos aos seres sociais dessa classe.

Thiago Valladares da Silva
Turma 9(matrículado)
Turma 13(assistindo)

PROFORMAR COMUNIDADE CCPL disse...

A sociologia seria um instrumento com o qual o educador mostraria a necessidade da transformação para a adaptação do indivíduo em sociedade, na qual, por sua vez, que seria indispensável devido a constante mutação da mesma movido por um grande jogo de interesses.

Anselmo Ferreira Assumpção Turma 09 (matriculado) mat.:200520605911

Anônimo disse...

1) Nos dias de hoje, a Sociologia tem o importante papel de estudar as diversas interações socias existentes com o objetivo de detectar e analisar os problemas decorrentes das constantes modificações bruscas e desenfreadas ao qual a sociedade tem se submetido. Com essa análise, buscar, com ajuda de outros instrumentos, minimizar efeitos nocivos ao indivíduo, tanto em forma de adaptação aos novos moldes impostos como de transformação da sociedade como um todo.

Camilla da Silva Sampaio
turma 9 (Quarta N5N6)

Anônimo disse...

2) Ela pode ser útil ao educador na sala de aula, tanto como intrumento identificador, para se poder analisar o grupo de alunos em questão afim de se utilizar a melhor metodologia de ensino a ser empregada, como quanto matéria, para ajudar na criação de cidadãos críticos, conscientes de seus papeis na sociedade (podendo ou não concordar com eles) e de outros papéis existentes na mesma.

Camilla da Silva Sampaio
turma 9

Anônimo disse...

3) Como a sociedade tem respondido à constante mudança dos conceitos e tecnologia?
Como é a vida social no mundo cibernético? O que isso difere da vida social nao-informatizada? Até que ponto isso não é prejudicial ao indivíduo e a propria sociedade?
Quais são as grandes mudanças das relações sociais no âmbito de família e o que poderiamos fazer para fortalecer essas relações tão frágeis atualmente?...

Camilla da Silva Sampaio
turma 9

Anônimo disse...

4) Atualmente eu percebo a sociedade (brasileira) fragilizada e sem qualquer liderança no sentido de modificação. Porém, um grande ator social com potencial de mudança que me vem a cabeça é Barak Obama. Pelo menos a sociedade mundial deposita nesse indivíduo todo o potencial de mudança do sistema mundial, e, por consequinte, das relações sociais.

Camilla da Silva Sampaio
turma 9

Anônimo disse...

Em que ela pode ser útil ao educador em sala de aula?
Em sala de aula cada um representa o seu papel, mas não deve haver espaços isolados, mas entender que as relações devem ser como elos, cada qual em seu grupo, mas unidos e interligados, para preparar e formar o educado para a sociedade em que vive. O professor deve levar em conta não somente o conteúdo puro e simples aplicado a sua ciência, mas todo um contexto em que pode ser aplicado no dia a dia e na realidade do estudante. A sociologia pode ser útil em sala de aula, a partir do momento em que o professor, toma consciência de que os alunos são indivíduos que interagem, em diversas camadas sociais e que possuem um universo próprio de costumes, ações e expectativas. O educador deve preparar o aluno para a vida e a sociedade, faze-lo ter senso crítico, encontrar caminhos para si e para a própria sociedade em que vive. Não basta aprender a matéria, mas saber utilizá-la no seu cotidiano. A sociologia conscientiza os indivíduos às suas realidades e a da sociedade, faz a compreender e a transformá-la.

jose luiz da silva perna.
turma 13 (sexta n3/n4)

Roberto Rodrigues disse...

1) Na Grécia Antiga os moradores da Polis se reuniam na Àgora para decidirem o futuro da cidade, então era formada a Eclésia dos cidadãos fator de inegável importância para o destino da polis.E è desta sociedade que tanto aprofundou o que conhecemos hoje como síntese social, para o bem viver.
Provavelmente falte nos dia de hoje um Eclesio de fato,que não fique como mero espectador mas que também ajude a decidir o destino da cidade. A síntese atual é bem ingrata, o povo conformado, os intelectuais escrevem uns para os outros é o povo a mercê da fábrica de alienação da elite.Diante deste prisma o papel da sociologia tem sido de analise fria e estratificações artificiais, que apontam para uma direção creio eu de dias que possam ser melhores.

Anônimo disse...

A sociologia é fundamental para um educasdor que atua numa sociedade capitalista, sociedade essa que tornou necessário a criação da sociologia.Para que ele possa, conhecer melhor essa sociesade e melhor compreender as necessidades de seus alunos,através dos papeis sociais e locais sociais que ocupam dentro e fora da escola.

Telma - sociologia da educação - turma 4

Anônimo disse...

Questão 1

Esta ciência, que surgiu para a compreensão das situações sociais, tem o papel atualmente, de compreender o homem em sua atuação na sociedade, estudar suas interações, seu modo de agir perante os outros, para detectar os problemas, seja na família, escola ou qualquer outro lugar social, decorrentes às modificações que a sociedade vem sofrendo ao longo do tempo, para assim serem analisados, buscando soluções e entendimentos para que a sociedade esteja em harmonia.

Rafaela Aparecida
Turma: 04 - Sociologia da Educação

Anônimo disse...

A sociologia procura meios de denunciar, conscientizar e resolver problemas da formação dos indivíduos, auxiliando no desenvolvimento de suas capacidades físicas e espirituais. Preocupa-se também na preparação para a participação ativa e transformação nas vária instâncias da vida social.A prática educativa é sobretudo um processo de prover os indivíduos dos conhecimentos e experiências cultirais que os tornam, aptos a atuar no meio social e a transformálo em função de necessidades econômicas, sociais e política da coletividade.

Anônimo disse...

A sociologia é extremamente útil na sala de aula a partir do momento em que é utilizada pelo professor com o objetivo de compreender as situações sociais do cotidiano. Essa ciência auxilia a educação com seus instrumentos de pesquisa e observação,com suas técnicas que ajudam a identificar as razões pelas quais o ser humano se modifica ou se mantém estagnado na sociedade em vive.

Stella Patrícia Saramago
(turma:4)

Anônimo disse...

Questão 2) A sociologia serve para o educador pensar e repensar o ato de educar. Para que o educador estimule o educando a analisar criticamente a realidade em que e onde a escola esta inserida.


Elaine, turma 3 2ºperiodo turno noite

Unknown disse...

1) Qual o papel da Sociologia nos dias de hoje?

O papel da Sociologia nos dias de hoje seria criar no indivíduo o senso de crítica, de observação, e de responsabilidade na sociedade que ele vive. Mostrar que ele faz parte desta sociedade e a ele cabe o direito de criticar, de mudar, e que através dele podem ser realizadas tranformações que busquem melhorias na sociedade como um todo.

Tatiana Gonçalves
Turma 12

Anônimo disse...

Questão 1

A sociologia em sua escencia, facilita o entendimento do indivíduo perante a sociedade que os cerca.
Dessa forma o educador deve-se apropriar dos conhecimentos da sociologia para transmitir com clareza, a importancia e dever do sujeito diante da sociedade.
Sujeito este com poder do senso crítico e formação dos seus próprios ideais.
Acredito ser esta uma matéria esclarecedora e de suma importancia nos curriculos escolares se tornando a base para o educdor em sua luta pela formação de alunos conscientes e democráticos.

Luana Lisboa turma 04

Anônimo disse...

Questão 2 : A sociologia é importante na escola para compreender as situações sociais geradas em sala de aula, para o professor adequar seu método de ensino aos diferentes grupos de alunos, para identificar melhor esses grupos e compreendê-los e para saber a melhor forma de passar os assuntos a serem tratados.

Daniela Peixoto turma 3

Anônimo disse...

1) Qual o papel da Sociologia nos dias de hoje?
a Sociologia tem um papel fundamental na formação crítica do indivíduo, e ela permite mostrar com base teórica e prática, uma visão de como funciona a sociedade nos dias de hoje e os motivos que a levaram a esse retrato social que nós vemos, além de apontar as possíveis soluções para questões importantes e problemas sociais existentes e que vão surgindo no cenário pós-moderno, procurando dessa forma desenvolver o senso crítico do indivíduo para o que acontece a sua volta, a fim de que o mesmo em conjunto com outros indivíduos possam discutir e procurar soluções para o que acontece em seu meio social.

2) Em que ela pode ser útil ao educador em sala de aula?
Permite ao educador através da observação dos alunos, planejar as suas aulas de modo que utilizando a Sociologia, possa desenvolver atividades sobre as questões que envolvem o meio social em que eles vivem unindo assim teoria e prática. Dessa forma, levando o aluno a questionar, a refletir, estimulando-o a pensar, estaremos desenvolvendo o seu senso crítico, e estaremos educando verdadeiros cidadãos.

3-Que atores sociais podem ser pensados hoje como empreendedores potenciais de mudança?
estudantes, professores, intelectuais, membros de movimentos sociais, rurais e urbanos.

Fábio - Turma 3

Anônimo disse...

Questão 1
A Sociologia não nasce por acaso; ela vem para tentar responder ás perguntas que surgem em meio á situações sociais novas, como as revoluções Industrial e Francesa.Ao longo do tempo, a Sociologia vem tentando entender essa "nova" sociedade.Hoje em dia, a Sociologia procura entender e direcionar os debates entre as classes sociais; procura interferir no rumo da civilização capitalista e procura entender o "homem" que faz parte da sociedade moderna
CARLA TURMA 3

Anônimo disse...

Hoje, vivemos em uma sociedade capitalista e individualista. Com isso, buscamos junto a e com a Sociologia tentar entender esse novo contexto social que nos rodeia. A sociologia trabalhada em sala de aula, tem grande impotancia , a partir do momento que o professor a utiliza para responder as perguntas do cotidiano. Podendo ser trabalhada como instrumento de pesquisa, buscando identificar razões da estagnação e do pensamento em que se vive. Tendo a Sociologia um papel importante no estudo das interaçoes sociais, sendo essas dentro ou fora de sala, ajuda o educador a compreender um pouco mais seus alunos de forma diferenciada, além de formar cidadãos críticos e conscientes de seus papeis na sociedade.
Nathália Chianello
Turma 04 - turno - noite

Anônimo disse...

A Sociologia hoje é importante para dois grupos distintos e é usada de duas maneiras distintas. Um grupo a utiliza com o intuito de manter o status quo, isto é, a dominação do homem pelo homem e, para tanto, faz uso de seus mecanismos científicos para legitimar tal dominação.
Heterodoxalmente, o outro grupo faz uso dos seus conhecimentos científicos objetivando, produzir um senso crítico aos atores sociais para que não aceitem de pronto o estabelecido.

Pedro Pestana de Oliveira - Turma 4

Unknown disse...

Wallace Nascimento - Turma 12 - Matrícula 200810184411

Questão 1 - A sociologia tem como objetivo estudar situações e mecanismos que ocorrem na sociedade. Seu papel é fazer com que os indivíduos que fazem parte dessa máquina social tenham o entendimento para saber como agir. Aprendendo como agir, se encaixam em alguma parte dessa máquina social, tendo o seu papel na própria, com isso, o papel da sociologia sai de um campo abstrato para um concreto. Quando a sociologia concretiza o seu papel, ela acaba como consequência causando mudanças dentro da sociedade, de todos os tipos e cada mudança tendo o seu valor, pois cada uma reflete um contexto de um respectivo grupo social.

Questão 2 - Quando pensamos em dar aula, precisamos ter em primeira instância em que situação estamos vivendo. Sobre esse fato, a sociologia pode colaborar muito para a vida do educador, pois com ela o tal profissional pode verificar a rotina de seus alunos, sua vida e com isso saber a melhor metodologia de ensino. Fazendo essa análise sociológica, ele terá o melhor desempenho em suas aulas e também terá bons resultados de seus alunos, pois eles estarão inclusos na atmosfera escolar.

Questão 3 - Qual a melhor forma de um indivíduo se encaixar na atual sociedade, que muda constantemente?
Nesse meio de tanta competitividade, qual a melhor forma de agir...individualmente ou coletivamente?
Será que o ser humano terá centralidade ou será substituído por suas invenções?

Questão 4 - Qualquer indivíduo que tenha como objetivo fazer uma mudança na sociedade pode ser considerado um ator social, pois ocorrerá consequência nos seus atos, mesmo que não tenha grandes escalas, mas algum ponto da sociedade terá transformação.

Jorge de Freitas disse...

Respostas às questões do texto 1 – Jorge Freitas – Turma 9

1) Qual o papel da Sociologia nos dias de hoje?

Penso que o papel da Sociologia hoje é observar/investigar a sociedade e seus comportamentos e/ou mudanças, apontando os problemas e possíveis soluções para os problemas surgidos com as transformações sociais.

2) Em que ela pode ser útil ao educador em sala de aula?

Acredito que a Sociologia pode ser útil ao educador, ao passo que, cada grupo representa uma pequena sociedade, e, a diversidade cultural que encontramos em uma sala de aula, abre precedente para se discutir os vários momentos sociais e suas significantes transformações. Principalmente em um momento em que a palavra de ordem é a o multiculturalismo e a interdisciplinaridade.

3) Que novas perguntas poderíamos fazer à disciplina hoje?

A história da humanidade se repete? Visto que as duas Revoluções marcantes no momento de surgimento dessa ciência ainda se fazem muito presente e marcam a diretriz das sociedades atuais.

4) Que atores sociais podem ser pensados hoje como empreendedores potenciais da mudança?

Classe trabalhadora, empresários e os múltiplos movimentos sócio-culturais.

Anônimo disse...

1) Qual o papel da Sociologia nos dias de hoje?
Nos dias de hoje, as grandes transformações sociais em curso fazem com que infindáveis problemas sociais não sejam suficientemente compreendidos pelas pessoas, comprometendo assim o real exercício da cidadania. Temas em discussão e ainda pouco compreendidos, como às transformações do Estado, da Nação, da política, do novo papel das elites nacionais e internacionais, dos novos agentes definidores das políticas públicas, a pobreza, a inclusão e exclusão social, estão constantemente sendo discutidos.
Para que possamos compreender parte de tudo isso, surge a Sociologia como papel fundamental para o conhecimento, bem como, para uma formação crítica do indivíduo, ao analisar cada um desses temas. Ela permite enxergar por meio de uma visão mais profunda, como funciona a sociedade nos dias de hoje e suas transformações. Aponta soluções para questões importantes e problemas sociais existentes.
Portanto, a sociologia pode contribuir em muito, nos campos social, político e cultural, para alertar e/ou melhorar a situação dos diversos grupos e camadas sociais que formam uma sociedade.

Francisco Railon Rocha Carvalho
Turma 12 (Noite)

Anônimo disse...

Cabe a sociologia estudar os fenomenos sociais, ou seja, as relações estabelecidas entre os individuos de uma sociedade, as instituições surgidas nessa sociedade. O estudo desses fenomenos, da influência do indivíduo na sociedade e da influência da sociedade no indivíduo pode ser muito útil ao professor dentro da sala de aula ara ajuda-lo a alcançar o aluno compreendendo suas relações com os demais colegas, com a matéria ensinada, com o espaço.

Daniel veloso - turma 3

Anônimo disse...

Em que sociologia pode ser útil ao educador em sala de aula?

A sociologia é útil pelo fato de vivermos em sociedade e de sofremos influência dos pensamentos desta sociedade. O educador na sala de aula deve tentar passar aos alunos a compreensão dos problemas sociais que o cercam no seu cotidiano. Vivemos numa sociedade capitalista, cheia de injustiças, exploração da classe trabalhadora, de segregação social/espacial/residencial, preconceituosa com relação a religião, etnia, cor da pele etc, entre varias outras mazelas sociais, a sociologia ajuda o educador a mostrar para os alunos estas mazelas e a necessidade de transformação que sociedade capitalista precisa sofrer.A sociologia ajuda na compreensão das mudanças sociais atuais e no modo como a própria sociedade responde a elas. A sociologia é, portanto, fundamental na educação, pois desempenha um papel revelador e transformador da sociedade e do modo como a entendemos. Sou Carlos Eduardo Silva dos Santos, turma 09 Sociologia da Educação

Vinny Gomes STC disse...

VINICIUS TURMA 4

(Questão 1)

Acrediso que o papel da sociologia foi, é e sempre será saciar dúvidas a respeito da transformação dos elementos sociais, motivos pelos quais isso acontece, assim como a relação que esses fenômenos tem com o tempo em que acontecem.

Anônimo disse...

1- Qual o papel da Sociedade nos dias de hoje? R: Ela tem a funçao de ajudar na formação de um cidadão mais crítico, capaz de compreender os atores e papei sociais, dentro de uma sociedade, é óbvio.

2- Em que ela pode ser útil ao Educador? R: De certa forma, serve para que possamos entender as situações que ocorrem numa sala de aula, e ajuda ao professor a saber como lidar com cada situação, diante da diversidade.

3- Que atores sociais podem ser pensados hoje como empreendedores potenciais de mudanças? R: Se pensarmos na Dialética, onde toda realidade existente pode ser desconstruida, qualquer pessoa teria essa capacidade, porém seria mais fácil dizer professores, educadores, cidadãos intelectuais.

Danielle Saavedra
200810357411
Turma 3

Anônimo disse...

O maior legado da sociologia dentro da escola é fazer com que os indivíduos estejam cientes dos acontecimentos e ideologias que foram formadas e vem sendo nos dias de hoje transformadas.
Portanto o educador deve transmitir com clareza as formas de como se portar perante a sociedade para o educando, e alerta-los dos mecanismos de controle e das relações de poder existentes.
Sujeito este com poder do senso crítico e formação dos seus próprios ideais.
Acredito ser esta uma matéria esclarecedora e de suma importancia nos curriculos escolares se tornando a base para o educdor em sua luta pela formação de alunos conscientes e democráticos.


Raphael machado
turma 4

Anônimo disse...

Questão 2:
O ato de educar não pode se limitar à elaboração de um programa ou plano de estudo, mas numa proposta integrante de ensino através do desenvolvimento de habilidades e destrezas necessárias ao processo de aprendizagem e à vida, no qual o educador transmite também atitudes e valores essenciais ao convívio social.
O convívio social e a ética são questões necessárias às demandas do mundo de hoje e o objetivo principal da escola deve ser a formação necessária para o exercício da cidadania, ultrapassando assim, a simples transmissão do saber acumulado através de matérias clássicas como Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia e Ciências.
A aplicabilidade da sociologia em sala de aula possibilita ao educador permear disciplinas clássicas com temas específicos como: Ética, Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde, Estudos Econômicos e Pluralidade Cultural e assim, trabalhá-los sob a forma de Transversalidade, de modo que sejam abordados dentro de um contexto pertinente para desenvolver no aluno o conhecimento de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética e de inserção social.
Desta forma, o aluno é levado a compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, posicionando-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e tomar decisões coletivas.

Wellington Procopio
Turma 9

Anaterra disse...

1) Qual o papel da Sociologia nos dias de hoje?
Acredito que a Sociologia pode atualmente nos mostrar o que, parece, não querermos ver; nos fazer analisar os fatos e grupos sociais presentes na sociedade, e que conseqüentemente acometerão a escola. Quais são as idéias, as formas de pensar, agir, sentir das pessoas do nosso tempo.

Ana Fernandes - Turma 3

Anaterra disse...

2) Em que ela pode ser útil na sala de aula?
A sociologia traz contribuições práticas para o educador na medida em que nos auxilia a entender comportamentos individuais em uma perspectiva maior. Compreendendo a dinâmica das relações sociais, os principais conflitos da nossa sociedade nos aproximamos mais dos educandos. Enxergamos os indivíduos enquanto os discernirmos pelos grupos.

Anaterra disse...

3) Que novas perguntas poderíamos fazer à disciplina hoje?
Podemos perguntar a ela que tipo de escola queremos construir, qual escola nos favoreceria mais como humanos, atingiria mais pessoas, deixaria mais marcas no tempo, que escola nos engrandeceria, nos faria felizes. Contrariamente, qual escola não nos dá esses elementos e principalmente, em nossa sociedade qual a relação entre saber e poder.
Um outro aspecto que acredito ser pontual, e que esclarecido a luz de uma perspectiva sociológica é o descortinamento da instituição “escola”. Não existe uma escola apenas. Haddad diz que há tantas escolas para quantos interesses existam. A diferença entre a rede pública e o atendimento particular, as máfias de cursinhos, a proliferação da educação bancária, a infâmia dos supletivos e sua eterna necessidade social (a ampliação quantitativa da rede escolar não deveria fadá-los ao passado?), e as universidades, públicas ou particulares, com clientelas tão distintas, propósitos tão antagônicos e curiosamente verbas comuns, rs. Enfim, em sociologia podemos analisar o que são essas escolas, quem as freqüenta e porquê, quem financia, quem se interessa, quem trabalha nessas escolas e porquê, e que produto final elas (escolas diferentes) nos dão.

4) Que atores sociais podem ser pensados hoje como empreendedores potenciais da mudança?
Professores e alunos, principalmente. Freire diz que (...) o trabalho do professor é o trabalho do professor com os alunos e não do professor consigo mesmo. Não pode haver vislumbre de mudança se essa não envolver o aluno. Os outros profissionais da educação são especialmente importantes, mas é a partir do professor e do aluno que as mais importantes modificações foram operadas nos últimos anos. É de dentro para fora...

Anônimo disse...

Assim como outro campo do saber a Sociologia também possui incutido em seu discurso uma ideologia.(antítese) rs Contudo, creio que suas pesquisas e observações no campo social são de extrema utilidade para os diversos segmentos da sociedade, sendo benéfica para a educação na medida que oferece uma nova perspectiva, levanta questões e aguça a curiosidade e assim o senso crítico.