domingo, 31 de agosto de 2008

Sociologia da Educação - Texto 3


BERGER, Peter L. Perspectivas Sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1986, pp. 78-136.

A Perspectiva Sociológica — A Sociedade no Homem

No capítulo anterior talvez tenhamos dado ao leitor excelentes motivos para crer que a sociologia deva assumir o título de "ciência sinistra", atribuído à Eco­nomia. Depois de descrevermos a sociedade como uma prisão lúgubre, devemos agora mostrar ao leitor pelo menos alguns túneis pelos quais possa escapar desse sombrio determinismo. Antes disso, contudo, temos de acrescentar mais algum negrume ao quadro.
Até aqui, abordando a sociedade sobretudo segundo o aspecto de seus sistemas de controles, temos encara­do o indivíduo e a sociedade como duas entidades an­tagônicas. A sociedade foi vista como uma realidade ex­terna que pressiona e coage o indivíduo. Se essa imagem não for modificada, obteremos uma impressão bastante errônea da relação, ou seja, uma impressão de massas humanas constantemente forçando seus grilhões, cedendo às autoridades coatoras de dentes rilhados, sendo levadas sempre à obediência pelo medo do que poderá ocorrer se agirem de outra forma. Tanto o conhecimento ordi­nário da sociedade como a análise sociológica propria­mente dita nos mostram que não é este o caso. Para a maioria de nós, o jugo da sociedade parece suave. Por quê? Certamente não porque o poder da sociedade seja menor do que indicamos no último capítulo. Nesse caso, por que esse poder não nos causa maior sofri­mento? Já se fez referência à resposta sociológica à pergunta – porque quase sempre desejamos exatamente aquilo que a sociedade espera de nós. Queremos obedecer às regras. Queremos os papéis que a sociedade nos atribuiu. E isto, por sua vez, é possível não porque o poder da sociedade seja menor, e sim porque é muito maior do que até agora afirmamos. A sociedade deter­mina não só o que fazemos, como também o que somos. Em outras palavras, a localização social não afeta ape­nas nossa conduta; ela afeta também nosso ser. Para esclarecer esse elemento essencial da perspectiva socio­lógica, examinaremos mais três áreas de investigação e interpretação, as da teoria do papel, a sociologia do conhecimento e a teoria do grupo de referência.
A teoria do papel foi uma criação intelectual quase inteiramente americana. Alguns de seus germes remon­tam a William James, mas seus pais diretos são outros dois pensadores americanos, Charles Cooley e George Herbert Mead. Não podemos pretender fazer aqui uma introdução histórica a esse fascinante setor da história intelectual. Ao invés de tentar sequer esboçar essa his­tória, procederemos mais sistematicamente, começando a examinar a teoria do papel com outra olhada ao conceito de Thomas, a definição da situação.
O leitor se recordará que Thomas via a situação so­cial como uma realidade estabelecida por acordo ad hoc entre aqueles que dela participam, ou, mais exatamente, entre aqueles que a definem. Do ponto de vista do par­ticipante individual, isto significa que cada situação lhe apresenta expectativas específicas e exige dele respostas específicas a essas expectativas. Como já vimos, em quase todas as situações sociais existem pressões poderosas para garantir que as respostas sejam as adequadas. A sociedade existe porque as definições da maioria das pessoas para as situações mais importantes são mais ou menos as mesmas. Os motivos do editor e do autor dessas linhas podem ser um tanto diferentes, mas as maneiras como ambos definem a situação em que este livro está sendo produzido são suficientemente similares para que a produção seja possível. Da mesma forma, numa sala de aula podem estar presentes interesses os mais díspares, alguns dos quais terão pouca relação com a atividade educacional que supostamente ali se desenro­la; entretanto, na maioria dos casos estes interesses (digamos que um estudante deseja estudar a matéria lecionada, ao passo que outro simplesmente se

matricula em todos os cursos freqüentados por uma certa loura) podem coexistir numa situação sem a destruir. Em outras palavras, há uma certa margem no grau em que a res­posta tem de satisfazer a expectativa para que uma si­tuação permaneça sociologicamente viável. E' claro que será inevitável alguma forma de conflito ou desorgani­zação social se as definições das situações forem exces­sivamente discrepantes — digamos, se alguns estudantes interpretarem o encontro na sala de aula como uma festa ou se um autor não tiver intenção de produzir um livro, apenas utilizando seu contrato com um editor para pres­sionar outro.
Embora um indivíduo médio encontre expectativas muito diferentes em diversas áreas de sua vida, as situa­ções que produzem essas expectativas enquadram-se em certos grupos. Um estudante pode fazer dois cursos di­ferentes, com dois professores, em dois departamentos uni­versitários, com consideráveis variações nas expectativas encontradas nas duas situações (digamos, formalidade ou informalidade nas relações entre professor e alunos). Não obstante, as situações serão suficientemente seme­lhantes entre si e a outras situações escolares anteriores para possibilitar ao estudante dar em ambas situações essencialmente a mesma resposta geral. Para usarmos outras palavras, em ambos os casos, com apenas algumas modificações, ele será capaz de desempenhar o papel de estudante. Um papel, portanto, pode ser definido como uma resposta tipificada a uma expectativa tipificada. A sociedade pré-definiu a tipologia fundamental. Usando a linguagem do teatro, do qual se derivou o conceito de papel, podemos dizer que a sociedade proporciona o script para todos os personagens. Por conseguinte, tudo quanto os atores têm a fazer é assumir os papéis que foram distribuídos antes de levantar o pano. Desde desempenhem seus papéis como estabelecido no script o drama social pode ir adiante como planejado. O papel oferece o padrão segundo o qual o indivíduo deve agir na situação. Tanto na sociedade quanto no teatro, variará a exatidão com que os papéis fornecem instruções ao ator. Tomando como exemplo os papéis ocupacionais, o papel do lixeiro envolve um padrão mí­nimo, ao passo que os médicos, clérigos e oficiais do exército têm de adquirir toda espécie de maneirismos ca­racterísticos, hábitos de linguagem e gestos, tais como otimismo diante do doente, palavreado santarrão ou garbo militar. Contudo, seria erro grave considerar o papel apenas como um padrão regulador para ações externamente visíveis. Uma pessoa sente-se mais apaixo­nada ao beijar, mais humilde ao se ajoelhar e mais indignada ao sacudir o punho. Isto é, o beijo não só expressa paixão, como também a fabrica. Os papéis trazem em seu bojo tanto as ações como as emoções e atitudes a elas relacionadas. O professor que representa uma cena de sabedoria vem a se sentir sábio. O pre­gador passa a crer no que prega. O soldado descobre pruridos marciais em seu peito ao vestir a farda. Em cada um desses casos, embora a emoção ou atitude já existissem antes de se assumir o papel, este, inevitavel­mente, reforça aquilo que já existia. Em muitos casos há Bons motivos para se acreditar que absolutamente nada antecedia, na consciência do ator, o desempenho do papel. Em outras palavras, uma pessoa se torna sábia ao ser nomeado professor, crente ao se entregar a atividades que pressupõem crença e pronto para batalha ao marchar em ordem unida.
Vejamos um exemplo. Um homem recentemente pro­movido a oficial, principalmente se subiu na hierarquia a partir da graduação mais baixa, a principio se sentirá Pelo menos levemente embaraçado com as continências que agora recebe dos praças que encontra. É provável que lhes responda de maneira amistosa, quase como se pedisse desculpas. Os novos distintivos em sua farda ainda são coisas que ele simplesmente colocou ali, quase como um disfarce. Na verdade, o novo oficial poderá até dizer a si mesmo e a outras pessoas que no fundo ele ainda é a mesma pessoa, que simplesmente adquiriu novas responsabilidades (entre as quais, en passant, o dever de aceitar as continências dos subalternos). Não é provável que essa atitude dure muito. A fim de de­sempenhar seu novo papel de oficial, nosso homem tem de manter uma certa atitude — a qual tem implicações bastante definidas. Apesar da conversa mole a esse res­peito, habitual nos chamados exércitos democráticos,

como o americano, uma das implicações fundamentais é a de que um oficial é um superior, com direito a obe­diência e respeito, com base nessa superioridade. Toda continência prestada por um inferior hierárquico é um ato de obediência, recebido como coisa natural pelo ho­mem que a retribui. Assim, a cada continência prestada e aceita (juntamente, é claro, com uma centena de outros atos cerimoniais que realçam sua nova posição), fortifica-se a convicção de nosso oficial — e suas, por assim dizer, premissas ontológicas. Ele não só age como oficial, como sente-se oficial. Terminaram o embaraço, a atitude de desculpas, o meio-sorriso tranqüilizador. Se em alguma ocasião um praça lhe prestar continência sem a dose adequada de entusiasmo ou mesmo cometer o ato impensável de não lhe prestar continência, o ofi­cial não determinará apenas uma punição por violação do regulamento militar. Será levado com todas as fibras de seu ser a exigir reparação de uma ofensa contra a ordem normal de seu universo.
E' importante acentuar nesse exemplo que só muito raramente esse processo é deliberado ou baseado em re­flexão. O oficial não se sentou e imaginou todas as coisas que deveriam acompanhar seu novo papel, inclusive as coisas que deveria sentir. A força do processo está jus­tamente em seu caráter inconsciente, reflexo. Ele se trans­formou em oficial quase tão naturalmente como um me­nino se torna um rapagão de olhos azuis, cabelos cas­tanhos e l,80m de altura. Também não seria corretosupor que esse homem deva ser um tanto estúpido ou exceção entre seus camaradas. Pelo contrário, o excepcional é o homem que reflete sobre seus papéis (um tipo, aliás, que provavelmente seria mau oficial). Até mesmo pessoas muito inteligentes, quando em dúvi­da quanto a seus papéis na sociedade, se envolverão ainda mais na atividade que gera a dúvida, ao invés de se porem a refletir. O teólogo que duvida de sua fé rezará mais e frequentará a Igreja com mais assidui­dade o homem de negócios tomado de escrúpulos devido à pressão que exerce sobre os empregados começa a ir ao escritório também aos domingos, e o terrorista que sofre de pesadelos apresenta-se como voluntário para execuções noturnas. E é claro que essas atitudes são per­feitamente correias. Todo papel tem sua disciplina interior, aquilo que os monásticos católicos chamariam de sua "formação". O papel dá forma e constrói tanto a ação quanto o ator. E' dificílimo fingir neste mundo. Nor­malmente, uma pessoa incorpora o papel que desempenha. Todo papel na sociedade acarreta uma certa identida­de. Como vimos, algumas dessas identidades são triviais e transitórias, como em algumas ocupações que exigem pouca modificação no ser de seus praticantes. Não é difícil passar de lixeiro a vigia noturno. E' bem mais difícil passar de clérigo a oficial. E' muitíssimo difícil passar de negro para branco. E é quase impossível passar de homem para mulher. Essas diferenças na facilidade ou dificuldade com que se muda de papel não deve obscurecer o fato de que até mesmo as identidades que julgamos constituir a essência de nossas personalidades foram atribuídas socialmente. Da mesma forma como se adquire papéis raciais e com eles se identifica, há tam­bém papéis sexuais. Dizer "Sou homem" constitui uma proclamação de papel, tanto quanto dizer. "Sou coronel do Exército dos Estados Unidos". Estamos bem cientes fato de que uma pessoa nasce com o sexo masculino, ao passo que nem mesmo o militar mais rigoroso e des­provido de humor imagina que haja nascido com uma «guia dourada pousada em seu umbigo. Entretanto, o fato de se nascer macho, do ponto de vista biológico tem muito pouco que ver com o papel específico, defi­nido socialmente (e, naturalmente, socialmente relativo), que motiva a declaração "Sou homem". Uma criança do sexo masculino não tem de aprender a experimentar urna ereção. Mas tem de aprender a ser agressivo, a ter ambi­ções, a competir com outras pessoas, a desconfiar de uma atitude demasiado gentil de sua parte. O papel masculino em nossa sociedade, entretanto, exige todas essas coisas que se tem de aprender, como exige também uma identidade masculina. Ser capaz de ereção não basta — se bastasse, regimentos inteiros de psicoterapeutas estariam sem trabalho.

O significado da teoria do papel poderia ser sinteti­zado dizendo-se que, numa perspectiva sociológica, a identidade é atribuída socialmente, sustentada socialmen­te e transformada socialmente. O exemplo do homem em processo de se tornar oficial talvez baste para ilus­trar a maneira como as identidades são atribuídas na vida adulta. Contudo, mesmo papéis que são muito mais fundamentais, para aquilo que os psicólogos chamariam de personalidade, do que aqueles ligados a uma deter­minada atividade adulta são atribuídos, de maneira muito semelhante, por um processo social. Isto já foi demonstrado abundantemente em estudos de "socializa­ção" — o processo pelo qual uma criança aprende a ser um membro participante da sociedade.
E' provável que o trabalho teórico mais penetrante sobre este processo seja o de Mead, no qual a gênese do eu é identificada com a descoberta da sociedade. A criança descobre quem ela é ao aprender o que é a sociedade. Aprende a desempenhar os papéis que lhe são adequados, ao aprender, como diz Mead, "a assu­mir o papel do outro" — o que, aliás, é a função sócio-psicológica crucial da brincadeira, na qual as crianças representam vários papéis sociais e ao assim fazer descobrem o significado dos papéis que lhes são atribuídos. Todo esse aprendizado ocorre, e só pode ocor­rer, em interação com outros seres humanos, quer se tratem dos pais ou de qualquer outra pessoa que eduque a criança. A criança primeiro assume papéis ligados àquelas pessoas que Mead chama de seus "outros significativos”, isto é, aquelas que lidam com ela mais de perto . cujas atitudes são decisivas para a concepção que a criança faz de si mesma. Mais tarde, a criança aprende que os papéis que representa são relevantes não só para seu círculo íntimo, como também se relacionam com as expectativas da sociedade em geral. Esse nível mais alto de abstração na resposta social é denominado por Mead de descoberta do "outro generalizado". Ou seja, não é só a mãe que espera que a criança seja boazinha, limpa e que diga a verdade; a sociedade espera a mesma coisa. Só quando surge essa concepção geral da socie­dade é que a criança se torna capaz de formar uma con­cepção clara de si própria. Na experiência infantil, "eu" e "sociedade" são o verso e o reverso da mesma medalha.
Em outras palavras, identidade não é uma coisa pré-­existente; é atribuída em atos de reconhecimento social. Somos aquilo que os outros crêem que sejamos. A mesma idéia é expressa na conhecida descrição de Cooley do eu como o reflexo de um espelho. Isto não significa, é claro, que não existam certas características com as quais um indivíduo nasce, que fazem parte de sua he­rança genética, a qual se manifesta em qualquer meio social. Nosso conhecimento da biologia humana ainda não nos possibilita uma imagem muito clara da extensão em que isto será verdade. Sabemos, contudo, que a margem para a formação social dentro desses limites genéticos é bastante grande. Mesmo sem dispormos de respostas cabais para as questões biológicas, podemos dizer que ser humano é ser considerado humano, da mesma forma que ser um certo tipo de homem significa ser considerado como tal. A criança privada de afeto e atenção humanas torna-se desumanizada. A criança a quem é concedido respeito vem a respeitar-se. Um menino tido como bobo torna-se bobo, da mesma forma um adulto tratado com o temor devido a um deus da guerra começa a se considerar como tal e a agir como compete a tal figura — e, na verdade, funde sua identidade com a que corresponde a essas expectativas
As identidades são atribuídas pela sociedade. E' pre­ciso ainda que a sociedade as sustente, e com bastante regularidade. Uma pessoa não pode ser humana sozinha e, aparentemente, não pode apegar-se a qualquer iden­tidade sem o amparo da sociedade. A auto-imagem do oficial como oficial só pode ser mantida num contexto social no qual outras pessoas estejam dispostas a reconhecê-lo nessa identidade. Se esse reconhecimento for subitamente retirado, geralmente não tardará muito para que a auto-imagem seja abalada.
Os casos de retirada radical de reconhecimento por parte da sociedade nos ensinam

muita coisa a respeito do caráter social da identidade. Por exemplo, um homem que da noite para o dia passa de cidadão livre a con­denado vê-se submetido imediatamente a um ataque ma­ciço contra a concepção que faz de si mesmo. Pode tentar desesperadamente apegar-se a essa concepção, mas na falta de outras pessoas que confirmem sua velha identidade ser-lhe-á quase impossível mantê-Ia. Com assustadora rapidez, ele descobrirá que está agindo como se espera que um condenado aja e sentindo todas as coisas que se espera que um condenado sinta. Seria errôneo encarar o processo como uma simples desinte­gração de personalidade. Mais correto seria considerar o fenômeno como uma reintegração de personalidade, em nada diferente, em sua dinâmica sócio-psicológica, do processo pela qual a antiga identidade foi integrada. O fato é que nosso homem era tratado por pessoas im­portantes que o rodeavam como um homem responsável, digno, obsequioso e de gosto apurado. Conseqüentemente, ele podia ser tudo isso. Agora, as paredes da prisão o separam das pessoas cujo reconhecimento possibilita­va a demonstração dessas qualidades. Cercam-no agora pessoas que o tratam como um irresponsável, vigarista, egocêntrico e desleixado, que exige supervisão constante. As novas expectativas tipificam-se no papel de conde­nado, que constitui resposta a elas, da mesma forma quanto as velhas expectativas integravam-se num diferente padrão de conduta. Em ambos os casos, a identidade vem com a conduta, e esta ocorre em resposta a uma situação social específica.
Os casos extremos em que um indivíduo é despojado de maneira radical de sua antiga identidade simplesmente ilustram com mais vigor processos que ocorrem a« vida cotidiana. Nossas vidas se desenrolam dentro de uma complexa trama de reconhecimentos e não-reconhecimentos. Trabalhamos melhor quando estimula­dos por nossos superiores. E' difícil não sermos desa­jeitados numa reunião onde sabemos que as pessoas nos consideram ineptos. Tornamo-nos espirituosos quando as pessoas esperam que sejamos engraçados, e tipos inte­ressantes quando sabemos que temos tal reputação. Inte­ligência, humor, habilidade manual, devoção religiosa e até potência sexual respondem com igual vivacidade às expectativas alheias. Isto torna compreensível o proces­so, já mencionado, segundo o qual os indivíduos pre­ferem ligar-se a pessoas que sustentem suas auto-interpretações. Em termos sucintos, todo ato de ligação social resulta numa escolha de identidade. Inversamente, toda identidade exige ligações sociais específicas para sua sobrevivência. Os pássaros da mesma plumagem vivem juntos não por luxo, mas por necessidade. O in­telectual torna-se "bitolado" depois de ser seqüestrado pelo exército. O seminarista perde cada vez mais o senso de humor ao se aproximar a época da ordenação. O operário que ultrapassa todas as quotas de trabalho verifica que passa a ultrapassá-las ainda mais depois de receber medalha da administração. O jovem ansioso com relação à sua virilidade torna-se um leão na cama depois de encontrar uma moça que o considera um avatar de Don Juan.
Para relacionarmos essas observações com o que ficou no capítulo anterior, o indivíduo se localiza na sociedade dentro de sistemas de controle social, e cada um desses sistemas contém um dispositivo de geração de identidade. Na medida que for capaz, o indivíduo tentará manipular suas ligações (e sobretudo as íntimas) de maneira a fortalecer as identidades que lhe proporcio­naram satisfação do passado — casando-se com uma moça que o julgue inteligente, escolhendo amigos que o considerem simpático, escolhendo uma ocupação que o mostre como uma pessoa de futuro. Em muitos casos, naturalmente, essa manipulação não é possível. Nesse caso, tem-se de fazer o melhor possível com as iden­tidades de que se dispõe.
Essa perspectiva sociológica do caráter da identidade nos proporciona uma compreensão mais profunda do significado humano do preconceito. Surge, então, uma percepção deprimente: o pré-julgamento afeta não só o destino externo da vítima nas mãos de seus opresso­res, mas também sua própria consciência, na medida em que ela é moldada pelas expectativas da sociedade. A coisa mais terrível que o preconceito pode fazer a um ser humano é fazer com

que ele tenda a se tornar aquilo que a imagem preconceituosa diz que ele é. O judeu num meio anti-semita tem de lutar com afinco para não se tornar cada vez mais parecido ao estereó­tipo anti-semita, da mesma forma que o negro numa si­tuação racista. Sintomaticamente, essa luta só terá pos­sibilidade de êxito se o indivíduo for protegido de su­cumbir (ao programa traçado pelo preconceito para sua personalidade) por aquilo a que chamaríamos de contra-reconhecimento, por parte de membros de sua comuni­dade imediata. O mundo gentio poderia ver um homem como apenas mais um judeu desprezível sem importância, e tratá-lo como tal, mas esse não-reconhecimento de seu valor pode ser neutralizado pelo contra-reconhecimento dentro da própria comunidade judaica como, digamos, o maior especialista no Talmude na Letônia.
Em vista da dinâmica sócio-psicológica desse mortí­fero jogo de reconhecimentos, não surpreende que o pro­blema da "identidade judaica" só tenha surgido entre os modernos judeus ocidentais depois que a assimilação na sociedade judaica começou a debilitar o poder da própria comunidade judaica para atribuir identidades alternativas a seus membros, em oposição às identidades a eles atribuídas pelo anti-semitismo. Quando um indivíduo é obrigado a se ver refletido num espelho construído e modo a refletir uma imagem deformada, ele tem de procurar freneticamente outros homens com outros espelhos, pois de outra forma chegará a esquecer que um dia já teve outro rosto. Para usarmos palavras um pouco diferentes, a dignidade humana é uma questão de permissão social.
O mesmo relacionamento entre sociedade e identidade pode ser visto nos casos em que, por um motivo ou outro, a identidade de um indivíduo é mudada drastica­mente. A transformação da identidade, tanto quanto sua gênese e sua manutenção, constitui um processo social. Já mostramos como qualquer reinterpretação do passado, qualquer "alternação" de uma auto-imagem para outra, exige a presença de um grupo que conspire para pro­vocar a metamorfose. Aquilo que os antropólogos chamam de rito de passagem envolve o repúdio de uma antiga identidade (digamos, ser criança) e a iniciação numa nova identidade (como a de adulto). As sociedades mo­dernas possuem ritos de passagem mais brandos, como a instituição do noivado, pela qual o indivíduo é gentil­mente levado, por uma conspiração de todos os envol­vidos, a transpor a linha divisória entre a liberdade do celibato e o cativeiro do casamento. Não fosse essa instituição, um número muito maior de pessoas seria tomado de pânico ao último momento, diante a enormidade do passo que estão prestes a dar.
Já vimos também como a "alternação" transforma identiades em situações altamente estruturadas como a educação religiosa e a psicanálise. Tomando novamente esta última como exemplo oportuno, ele envolve uma tensa situação social em que o indivíduo é levado a repudiar sua antiga concepção de si mesmo e assumir uma nova identidade, a qual foi programada para ele na ideologia psicanalista. Aquilo que os psicanalistas chama de “transferência”, a intensa relação entre analista e analisando, consiste essencialmente na criação de um meio social artificial dentro do qual possa ocorrer a alqui­mia da transformação, ou seja, dentro do qual essa alquimia possa tornar-se plausível ao indivíduo. Quanto mais durar a relação e quanto mais intensa se tornar, mais o indivíduo se liga à sua nova identidade. Finalmente ao ser "curado", essa nova identidade já se tornou real­mente aquilo que ele é. Portanto, não há por que negar com uma gargalhada marxista, a afirmação do psicana­lista de que seu tratamento será mais eficiente se o pa­ciente o visitar com freqüência, durante muito tempo, e lhe pagar honorários consideráveis. Conquanto seja óbvio que isto coincide com o interesse econômico do analista, é bem plausível sociologicamente que a atitude esteja factualmente correta. O que a psicanálise faz é na ver­dade a construção de uma nova identidade. A ligação do indivíduo a essa nova identidade aumentará eviden­temente na proporção direta do tempo, da intensidade e do investimento financeiro que ele aplicou em sua construção. E' claro que sua capacidade de rejeitar toda a história como uma impostura se tornará mínima depois de ele haver investido vários anos de sua vida e uma quantia astronômica de dinheiro.
O mesmo tipo de meio "alquímico" é criado em si­tuações de "terapia de grupo". A recente popularidade deste método na psiquiatria americana não pode também ser interpretada simplesmente em bases econômicas. Ela tem sua base sociológica no princípio perfeitamente correto de que as pressões de grupo atuam efetivamente para fazer o indivíduo aceitar a nova imagem que lhe é proporcionada. Erving Goffman, sociólogo contempo­râneo, fez uma descrição vívida da maneira como essas pressões atuam no contexto de um hospital de doenças mentais, com os pacientes finalmente "cedendo" à inter­pretação psiquiátrica de sua existência que constitui o quadro de referência comum do grupo "terapêutico".
O mesmo processo tem lugar sempre que todo um grupo de indivíduos tem de ser "quebrado" e levado a aceitar uma nova definição de si mesmos. Acontece no treinamento básico dos recrutas de um exército, e com muito mais intensidade no treinamento de pessoal para carreira permanente nas forças armadas, como nas militares. Acontece nos programas de doutrinação e formação de funcionários para organizações totalitárias como as SS nazistas ou a elite do Partido Comunista. Recentemente, adquiriu precisão científica nas técnicas de "lavagem cerebral" empregadas em prisioneiros das polícias secretas totalitárias. A violência desses métodos em relação às iniciações mais rotineiras da sociedade, deve ser explicada sociologicamente em termos do grau radical de transformação de identidade que é procurado e da necessidade funcional, nesses casos, de que a aquisição da nova identidade esteja à prova de novas "alternações".
Quando levada às suas conclusões lógicas, a teoria do papel faz muito mais que simplesmente nos proporcionar uma taquigrafia conveniente para a descrição de várias atividades sociais. Ela nos oferece uma antropologia so­ciológica, isto é, uma visão do homem baseada em sua existência na sociedade. Essa visão nos mostra que o ho­mem representa papéis dramáticos no grande drama da sociedade e que, falando-se sociologicamente, ele é as máscaras que tem de usar para representar. Além disso, a pessoa aparece agora num contexto dramático, fiel à sua etimologia (persona, o termo técnico com que se designa as máscaras dos atores no teatro clássico). A pessoa é percebida como um repertório de papéis, cada um dos quais adequadamente equipado com uma determinada identidade. O âmbito da pessoa individual pode ser medido pelo número de papéis que é capaz de desempenhar. A biografia da pessoa se nos afigura agora como uma seqüência ininterrupta de desempenhos num palco, para diferentes platéias, às vezes exigindo mudanças totais de roupagens, sempre exigindo que o ator seja o personagem.
Tal visão sociológica desafia muito mais radicalmente que a maioria as teorias psicológicas a maneira como habitualmente nos vemos. Desafia radicalmente um dos mais caros pressupostos acerca do "eu" — sua continuidade. Visto sociologicamente, o "eu" deixa de ser uma entidade objetiva, sólida, que se transfere de uma situação para outra. Será um processo, criado e recriado continuamente em cada situação social de que uma pessoa participa, mantido coeso pelo tênue fio da memória Em nossa análise da reinterpretação do passado vimos quão tênue é esse fio. Tampouco é possível, dentro dessa es­trutura interpretativa, buscar no inconsciente o conteúdo "real" da personalidade, uma vez que, como já vimos, o presuntivo ego inconsciente está tão sujeito à produção social quanto o chamado ego consciente. Em outras pala­vras, o homem não é também um ser social; é social em todos os aspectos de seu ser aberto à investigação em­pírica. Portanto, ainda falando-se sociologicamente, se alguém perguntar quem é "realmente" um indivíduo nesse caleidoscópio de papéis e identidades, só se pode responder através da enumeração das situações em que ele é uma coisa e das situações em que é outra.
Ora, é claro que tais transformações não podem ocorrer ad infinitum e que algumas são mais fáceis que outras. Um indivíduo se habitua a tal ponto com certas identi­dades que, mesmo quando sua situação social muda, ele encontra dificuldade para acompanhar as novas expecta­tivas. Isto é demonstrado com toda clareza pelas dificul­dades enfrentadas por indivíduos saudáveis e ativos quando obrigados a se aposentar. A capacidade de trans­formação da personalidade depende não só de seu con­texto social, como também do grau de seu hábito a iden­tidades anteriores e talvez também de certos traços ge­néticos. Conquanto essas modificações em nosso modelo se façam necessárias a fim de evitar uma radicalização de nossa posição, elas não reduzem apreciavelmente a descontinuidade da personalidade, revelada pela análise sociológica.
Se este modelo antropológico não muito edificante lembra outro seria o empregado na psicologia do bu­dismo primitivo na índia, na qual a personalidade era comparada a uma longa fileira de velas, cada uma das quais acende o pavio da seguinte e se extingue. Os psicólogos budistas usavam essa imagem para desacreditar a idéia hindu da transmigração da alma, pretendendo dizer com o símile que não existe nenhuma entidade que passe de uma vela para outra. Entretanto, a mesma se ajusta muito bem a nosso modelo antropológico.
Tudo isto poderia deixar a impressão de que na verdade não existe diferença essencial entre a pessoa comum e aquelas acometidas pelo distúrbio que a psiquiatria chama de "personalidade múltipla". Desde que se acentuasse o adjetivo "essencial", talvez o sociólogo concor­dasse com isto. A diferença prática, contudo, é que para as pessoas "normais" (isto é, aquelas assim considera­das pela sociedade) há fortes pressões no sentido de mostrarem coerência nos vários papéis que desempe­nham e nas identidades que os acompanham. Tais pres­sões são externas e internas. Externamente, os outros atores com quem se praticam os jogos sociais, e de cujo reconhecimento dependem os papéis da própria pes­soa, exigem que esta apresente ao mundo uma imagem razoavelmente coerente. Um certo grau de discrepância de papéis poderá ser permitido, mas se certos limites de tolerância forem ultrapassados a sociedade retirará seu reconhecimento ao indivíduo em questão, definindo-o como uma aberração moral ou psicológica. Assim, a sociedade permitirá que um indivíduo seja um déspota no escritório e um serve no lar, mas não lhe permitirá personificar um oficial de polícia e usar as roupas designadas para o sexo oposto. A fim de permanecer dentro dos limites fixados para suas pantomimas, o indivíduo talvez tenha de recorrer a manobras complicadas para garantir uma segregação de papéis. O papel imperial no escritório será ameaçado pelo aparecimento da esposa numa reunião da diretoria, ou o papel de uma pessoa num círculo onde é tida como exímia narradora é ameaçado pela intrusão de um membro do outro círculo onde narrador é tipificado como um sujeito que nunca abre a boca sem meter os pés pelas mãos. Essa segregação de papéis torna-se cada vez mais possível em civilização urbana contemporânea, com sua anonimidade e seus rápidos meios de transporte, embora persista o perigo de que pessoas com imagens contraditórias de si mesmas subitamente tropecem uma na outra e façam periclitar suas mútuas representações. Esposa e secretária poderiam encontrar-se para tomar um café e em sua conversa pulverizar as imagens do imperador no escritório e do servo no lar. Nesse ponto, sem dúvida será necessário um psicoterapeuta para juntar os cacos do indivíduo.
Há também pressões internas no sentido de coerência, talvez baseadas em profundíssimas necessidades psico­lógicas do indivíduo de se ver como uma totalidade. Até mesmo o ator urbano contemporâneo, que representa papéis mutuamente irreconciliáveis em diferentes áreas de sua vida poderá talvez sentir tensões internas, embora possa controlar as externas mediante a cuidadosa separa­ção de suas diversas mises en scène. Para evitar tais an­siedades, as pessoas geralmente segregam sua consciência, bem como sua conduta. Não queremos dizer com isto que elas "reprimam" suas identidades discrepantes para algum "inconsciente", pois dentro de nosso modelo temos todos os motivos para suspeitar de tais conceitos. Quere­mos dizer que elas focalizam sua atenção apenas naquela identidade particular de que, por assim dizer, necessitam no momento. As outras identidades são esquecidas en­quanto durar essa cena específica. Este processo poderá talvez ser ilustrado pela maneira como atos sexuais desaprovados pela sociedade ou atos moralmente ques­tionáveis de qualquer espécie são segregados na cons­ciência. O homem que pratica, por exemplo, masoquismo homossexual possui uma identidade cuidadosamente cons­truída e guardada apenas para essas ocasiões. Quando a ocasião termina, ele devolve a identidade na portaria, por assim dizer, e volta para casa como pai afetuoso, marido responsável e talvez até amante impetuoso de sua mulher. Da mesma forma, o juiz que sentencia um réu à pena de morte segrega a identidade com a qual assim age do resto de sua consciência, na qual é um ser humano bondoso, tolerante e sensível. O comandante do campo de concentração nazista que escreve cartas sentimentais aos filhos não passa de um exemplo extre­mo de algo que ocorre continuamente na sociedade.
O leitor erraria redondamente se julgasse que lhe es­tamos apresentando uma imagem da sociedade na qual todos tramam, conspiram e deliberadamente vestem dis­farces para enganar-se mutuamente. Pelo contrário, a representação de papéis e os processos formadores de identidade são geralmente irrefletidos e não planejados, quase automáticos. As necessidades psicológicas de coe­rência da auto-imagem a que nos referimos garantem isto. A fraude deliberada exige um grau de autocontrole psicológico de que poucas pessoas são capazes. E' por isso que a insinceridade é fenômeno relativamente raro. A maioria das pessoas é sincera, porque este é o caminho mais fácil, psicologicamente. Isto é, elas acreditam no que representam, esquecem convenientemente a representação anterior e seguem pela vida contentes, convictas de esta­rem à altura de todas as expectativas. A sinceridade é a consciência do homem que se empolga com sua pró­pria representação. Ou, como se expressou David Riesman, o homem sincero é aquele que acredita em sua própria propaganda. Em vista da dinâmica sócio-psicológica que acabamos de analisar, é muito provável que os assassi­nos nazistas sejam sinceros ao se descrever como burocra­tas encarregados de certas tarefas desagradáveis, que realmente abominavam, sendo talvez incorreto supor que eles só digam isso para ganhar a simpatia de seus juizes. Seu remorso humanitário será provavelmente tão sincero quanto sua passada crueldade. Como observou o roman­cista austríaco Robert Musil, no coração de todo assas­sino há um ponto em que ele é eternamente inocente. As estações da vida se sucedem, e uma pessoa tem de mudar de rosto como muda de roupa. No momento não estamos interessados nos problemas psicológicos ou no significado ético dessa "falta de caráter". Só queremos frisar que este é o procedimento habitual.
Para relacionarmos o que acabamos de dizer sobre a teoria dos papéis com o que ficou dito no capítulo precedente a respeito dos sistemas de controle, reportamo-nos àquilo que Hans Gerth e C. Wright Mills chamaram de "seleção de pessoas". Toda estrutura social seleciona as pessoas de que necessita para seu funcionamento e elimina aquelas que de uma maneira ou de outra não servem. Se não houver pessoas a serem selecionadas, elas terão de ser inventadas — ou melhor, serão produzidas de acordo com as especificações necessárias. Dessa forma, através de seus mecanismos de socialização e "formação", a sociedade manufatura o pessoal de que necessita para funcionar. O sociólogo vira de cabeça para baixo a idéia comum de que certas instituições surgem porque existem pessoas em disponibilidade. Pelo contrário, guerreiros ferozes surgem porque há exércitos a serem enviados a batalhas, homens piedosos porque há igrejas a construir, eruditos porque há universidades onde lecionar e assassi­nos porque há crimes a cometer. Não é correto dizer que cada sociedade tem os homens que merece. Antes, cada sociedade produz os homens de que necessita. Podemos tirar algum consolo do fato de que este processo de produção às vezes enfrenta dificuldades técnicas. Vere­mos mais tarde que, além disso, ele pode ser sabotado. No momento, contudo, podemos constatar que a teoria dos papéis e suas percepções concomitantes acrescentam uma importante

dimensão à nossa perspectiva socioló­gica da existência humana.
Se a teoria dos papéis nos proporciona idéias vívidas sobre a presença da sociedade no homem, idéias seme­lhantes podem ser obtidas de uma outra direção muito diferente — a chamada sociologia do conhecimento. Ao contrário da teoria dos papéis, a sociologia do conhe­cimento tem origem europeia. O termo foi usado pela primeira vez na década de 20 pelo filósofo alemão Max Scheler. Outro pensador europeu, Karl Mannheim, que passou os últimos anos de sua vida na Inglaterra, foi um dos que despertaram a atenção do pensamento anglo-saxônico para a nova disciplina. Não cabe no escopo deste livro esmiuçar as interessantes origens intelectuais da sociologia do conhecimento, que remontam a Marx, Nietzsche e ao historicismo alemão. A sociologia do conhecimento entra em nosso raciocínio para demonstrar que, tanto quanto os homens, as idéias têm localização social. Na verdade, isto pode servir como definição da disciplina para nossos propósitos: a sociologia do conhe­cimento trata da localização social das idéias.
Com mais clareza que qualquer outro ramo da sociolo­gia, a sociologia do conhecimento elucida o que se quer dizer ao afirmar que o sociólogo é o homem que pergunta a todo instante: "Quem disse?" Ela rejeita a idéia de que o pensamento ocorra isolado do contexto social dentro do qual determinados homens pensam sobre determina­das coisas. Mesmo no caso de idéias muito abstratas que aparentemente têm pouquíssima conexão social, a sociologia do conhecimento tenta traçar a linha que une o pensamento, seu autor e o mundo social deste. Isto pode ser visto com toda facilidade nos casos em que o pensamento serve para legitimizar uma determinada situação social, ou seja, quando ele a explica, justifica e santifica.
Suponhamos um exemplo simples. Digamos que numa sociedade primitiva algum alimento necessário só possa ser obtido viajando-se por mares traiçoeiros, infestados de tubarões. Duas vezes por ano, os homens da tribo partem para buscá-lo em suas precárias canoas. Supo­nhamos que as convicções religiosas dessa sociedade in­cluam um artigo de fé segundo o qual todo homem que deixar de participar dessa expedição perderá sua viri­lidade, exceto os sacerdotes, cuja virilidade é mantida por seus sacrifícios diários aos deuses. Essa convicção cria uma motivação para aqueles que se arriscam na viagem perigosa e proporciona simultaneamente uma le­gitimação para os sacerdotes, que ficam sempre no bem-bom. E' desnecessário acrescentar que é bem provável que foram os sacerdotes quem inventaram a teoria. Em outras palavras, suspeitaremos que estamos diante de uma ideologia sacerdotal. Entretanto, isto não significa que ela não seja funcional para a sociedade como um todo — afinal de contas, alguém tem de ir, pois de outra forma sobrevirá a fome.
Falamos que existe uma ideologia quando uma certa idéia atende a um interesse da sociedade. Com muita freqüência, embora nem sempre, as ideologias destorcem sistematicamente a realidade social com o intuito de so­bressair onde isto lhes interessa. Ao examinar os sis­temas de controle estabelecidos por grupos ocupacionais já vimos a maneira como as ideologias podem legitimar as atividades de tais grupos. O pensamento ideológico, todavia, é capaz de abranger coletividades humanas muito maiores. Por exemplo, a mitologia racial do Sul dos Estados Unidos serve para legitimar um sistema social praticado por milhões de seres humanos. A ideologia da "livre empresa" serve para camuflar as atividades monopolísticas de grandes companhias americanas, cuja úni­ca característica que têm em comum com o capitalista ao velho estilo é a disposição constante de fraudar o público. A ideologia marxista, por sua vez, serve para legitimar a tirania praticada pela máquina do Partido Comunista, cujos interesses estão para o de Karl Marx assim como os de Elmer Gentry estavam para os do Apóstolo Paulo. Em cada um desses casos, a ideologia tanto justifica o que é feito pelo grupo cujo interesse é atendido, como interpreta a realidade social de maneira a tornar a justificação plausível. Essa interpretação muitas vezes parece extravagante a quem está de fora e "não entende o problema" (isto é, que não tem interesses a defender). O racista americano é capaz de afirmar ao mesmo tempo que as mulheres brancas têm profunda repugnância ao mero pensamento de relações sexuais com um negro, e que a mais leve sociabilidade inter-racial levará diretamente a tais relações sexuais. E o gerente de uma indústria insistirá em que suas atividades ten­dentes a manipular preços são realizadas em defesa do mercado livre. E o funcionário do Partido Comunista arranjará uma explicação para provar que a limitação de escolha eleitoral a candidatos aprovados pelo partido constitui expressão de verdadeira democracia.
Convém ressaltar mais uma vez que geralmente as pes­soas que manifestam essas opiniões estão sendo abso­lutamente sinceras. O esforço moral necessário para mentir deliberadamente está além da maioria das pessoas. E' muito mais fácil iludir a si próprio. Por conseguinte, é importante distinguir o conceito de ideologia dos concei­tos de mentira, fraude, propaganda ou prestidigitação. O mentiroso, por definição, sabe que está mentindo. O ideólogo, não. Não nos interessa neste ponto perguntar qual dos dois é eticamente superior. Desejamos apenas acentuar ainda uma vez a maneira irrefletida e não pla­nejada como a sociedade normalmente funciona. A maio­ria das teorias de conspiração exageram grosseiramente a previdência intelectual dos conspiradores.
As ideologias também podem funcionar "latentemente", para usarmos a expressão de Merton em outro contexto. Voltemos mais uma vez ao Sul dos Estados Unidos como exemplo. Uma das coisas que ele tem de interessante é a coincidência geográfica entre o Cinturão Negro e o Cinturão da Bíblia. Isto é, aproximadamente a mesma área que pratica o sistema racial sulista em sua plena pureza apresenta também a maior concentração de pro­testantismo ultraconservador, fundamentalista. Pode-se explicar essa coincidência historicamente, mostrando-se o isolamento do protestantismo sulista em relação às correntes mais amplas do pensamento religioso desde os grandes cismas denominacionais, devido à questão escravagista, antes da Guerra da Secessão. Essa coincidên­cia poderia ser também interpretada como expressão de dois aspectos diferentes de barbárie intelectual. Não refu­taríamos nenhuma dessas explicações, mas argumenta­ríamos que uma interpretação sociológica em termos de funcionalidade ideológica daria uma visão melhor do fenômeno.
O fundamentalismo protestante, conquanto obcecado pela idéia de pecado, tem um conceito curiosamente li­mitado de sua extensão. Os pregadores revivalistas que vociferam contra a perversidade do mundo atêm-se inva­riavelmente numa gama um tanto limitada de transgressões morais — fornicação, embriaguez, dança, jogo, pragas. Na verdade, dão tanta ênfase à primeira dessas transgressões que na linguagem comum do moralismo protestante o termo "pecado" é quase sinônimo do termo mais específico "ofensa sexual". Diga-se o que se disser a respeito desse rol de atos perniciosos, todos eles têm em comum seu caráter essencialmente privado. Na ver­dade, se um pregador revivalista chega a mencionar questões públicas, será geralmente em termos da corrup­ção privada dos detentores de cargos públicos. As auto­ridades do governo roubam, o que é mau. Também fornicam, bebem e jogam, o que presumivelmente ainda é pior. Ora, a limitação do conceito de ética cristã a deli­tos pessoais tem funções óbvias numa sociedade cujas organizações sociais fundamentais são dúbias, para se dizer o mínimo, quando confrontadas com certos princí­pios do Novo Testamento e com o credo igualitário da nação que nele acredita ter suas raízes. O conceito pri­vado de moralidade do fundamentalismo protestante con­centra atenção nas áreas de conduta que são irrelevantes para a manutenção do sistema social, e desvia a atenção daquelas áreas onde uma inspeção ética criaria tensões para o perfeito funcionamento do sistema. Em outras palavras, o fundamentalismo protestante é ideologicamen­te funcional para a manutenção do sistema social do sul dos Estados Unidos.

Não é necessário irmos até o ponto em que ele legitima diretamente o sistema, como nos casos em que a segregação racial é proclamada como uma ordem natural ditada por Deus. No entanto, mesmo na ausência de tal legitimação "manifesta", as convic­ções religiosas em questão funcionam "latentemente" para manter o sistema.
Embora a análise das ideologias ilustre claramente o que se entende por localização social das idéias, seu âmbito ainda é muito estreito para demonstrar o pleno significado da sociologia do conhecimento. Esta discipli­na não trata exclusivamente das idéias que servem a determinados interesses ou que deturpam a realidade so­cial. Ao invés disso, a sociologia do conhecimento reivindica jurisdição sobre todo o reino do pensamento, não, é claro, considerando-se como árbitro de validade (o que seria megalomaníaco) mas sim na medida em que qual­quer pensamento está fundado na sociedade. Não quere­mos dizer com isto (como diria um intérprete marxista) que todo pensamento humano deva ser considerado como "reflexo" direto de estruturas sociais, nem tampouco que as idéias devam ser vistas como inteiramente impoten­tes para traçar o rumo dos acontecimentos. O que que­remos dizer é que todas as ideias são examinadas cuida­dosamente para se determinar sua localização na exis­tência social das pessoas que as cogitaram. Nessa me­dida, pelo menos, é correio afirmar que a sociologia do conhecimento seja de tendência antiidealisía.
Toda sociedade pode ser vista em termos de sua es­trutura social e de seus mecanismos sócio-psicológicos, e também em termos da cosmovisão que atua como o uni­verso comum habitado por seus membros. As cosmo-visões variam socialmente, de uma sociedade para outra e dentro de diferentes setores da mesma sociedade. E' nesse sentido que se diz que um chinês "vive num mundo diferente" do mundo de um ocidental. Para ficarmos com este exemplo por um instante, Mareei Granet, sinólogo francês fortemente influenciado pela sociologia durkheimiana, analisou o pensamento chinês exatamente sob essa perspectiva de investigar seu "mundo diferente". A di­ferença, naturalmente, é patente em questões como fi­losofia política, religião ou ética. Entretanto, segundo Granet, diferenças fundamentais podiam também ser en­contradas em categorias como tempo, espaço e número. Afirmativas muito semelhantes têm sido feitas em análises de outras espécies, como as que comparam os "mundos" da antiga Grécia e do antigo Israel, ou o "mundo" do hinduismo tradicional com o do moderno Ocidente.
A sociologia da religião constitui uma das áreas mais fecundas para esse tipo de investigação, em parte talvez porque nela o paradoxo da localização social aparece de forma particularmente incisiva. Parece de todo im­próprio que idéias concernentes aos deuses, ao cosmos dos homens, presos a todas as relatividades humanas de geografia e história. Isto tem constituído uma das pedras de tropeço emocionais da erudição bíblica, sobretudo quando esta tenta descobrir o que chama de Sitz im Leben (literalmente, "sítio na vida" — quase a mesma coisa a que demos o nome de localização social) de fenômenos religiosos particulares. Uma coisa é discutir as afirmações eternas da fé cristã, e outra muito dife­rente é investigar como essas afirmações podem estar relacionadas às frustrações, ambições e ressentimentos, muito temporais, de determinadas camadas sociais nas cidades poliglotas do Império Romano aonde os primei­ros missionários cristãos levaram sua mensagem. Mais que isso, porém, o próprio fenômeno da religião em si pode ser localizado socialmente em termos de funções específicas, tais como legitimação da autoridade política e abrandamento de rebelião social (aquilo que Weber chamou de "teodicéia do sofrimento" — ou seja, a ma­neira como a religião empresta sentido ao sofrimento, de modo a convertê-lo, de fonte de revolução a veículo de redenção). A universalidade da religião, longe de constituir prova de sua validade metafísica, é explicável em termos de tais funções sociais. Ademais, as mudan­ças dos padrões religiosos no decurso da história tam­bém podem ser interpretados em termos sociológicos.
Tomemos como exemplo a distribuição de filiações re­ligiosas no mundo ocidental contemporâneo. Em muitos países ocidentais, a freqüência à igreja pode ser cor­relacionada quase rigorosamente com classes sociais, de modo que, por exemplo, a atividade religiosa constitui uma das marcas de status de classe média, ao passo que a abstenção de tal atividade caracteriza a classe proletária. Em outras palavras, parece haver uma relação entre a fé de uma pessoa, digamos, na Trindade (ou pelo menos demonstrações exteriores dessa fé) e sua renda anual — abaixo de certo nível de renda parece que tal fé perde toda plausibilidade, ao passo que acima desse nível ela se torna coisa natural. A sociologia do conhecimento indagará como surgiu essa espécie de rela­ção entre estatística e salvação. As respostas, inevita­velmente, serão sociológicas — em termos da funciona­lidade da religião nesse ou naquele meio social. O soció­logo não poderá, naturalmente, fazer quaisquer declara­ções sobre questões teológicas em si, mas será capaz de demonstrar que essas questões raramente têm sido transacionadas num vácuo social.
Para voltarmos a um exemplo anterior, o sociólogo não será capaz de dizer às pessoas se lhes convém ligar-se ao fundamentalismo protestante ou a uma versão menos conservadora dessa fé, mas poderá mostrar-lhes como a escolha funcionará socialmente. Tampouco estará em condições de decidir para as pessoas se devem fazer batizar seus filhos ou se devem protelar esse ato, mas poderá informá-las qual a expectativa quanto a isso nesse ou naquele estrato social. Tampouco ele poderá sequer estimar a plausibilidade de uma vida além-túmulo, mas poderá informar em que carreiras profissio­nais será conveniente a urna pessoa pelo menos simular tal convicção.
Além dessas questões da distribuição social de religio­sidade, alguns sociólogos contemporâneos (como, por exemplo, Helmut Schelsky e Thomas Luckmann) têm in­dagado se os tipos de personalidade produzidos pela mo­derna civilização industrial permitem a continuação dos padrões religiosos tradicionais e se, por vários motivos sociológicos e sócio-psicológicos, o mundo ocidental talvez já não esteja num estágio pós-cristão. A análise dessas questões, entretanto, nos afastaria de nossa linha de ra­ciocínio. Os exemplos religiosos deverão ter sido suficien­tes para indicar a maneira como a sociologia do conhe­cimento localiza as idéias na sociedade.
O indivíduo, por conseguinte, adquire socialmente sua cosmovisão quase da mesma forma como adquire seus papéis e sua identidade. Em outras palavras, tanto quanto suas ações, suas emoções e sua auto-interpretação são pré-definidas para ele pela sociedade, da mesma forma que sua atitude cognitiva em relação ao universo que o rodeia. Alfred Schuetz expressou este falo em sua frase "mundo aceito sem discussão" — o sistema de pressupostos (aparentemente óbvios e que se auto-ratificam) com relação ao mundo que cada sociedade engen­dra no curso de sua história. Essa cosmovisão determi­nada socialmente já está, pelo menos em parte, incorpo­rada na linguagem usada pela sociedade. E' possível que certos lingüistas tenham exagerado a importância desse único fator na criação de qualquer cosmovisão específica, mas restam poucas dúvidas de que a lingua­gem de uma pessoa pelo menos ajuda a dar forma à sua atitude para com a realidade. Além disso, obviamente. a linguagem não é escolhida por nós, sendo-nos imposta pelo grupo social incumbido de nossa socialização inicial. A sociedade pré-define para nós esse mecanismo simbó­lico fundamental com o qual apreendemos o mundo, or­denamos nossa experiência e interpretamos nossa pró­pria existência.
Da mesma forma, a sociedade fornece nossos valores, nossa lógica e o acervo de informação (ou desinformação) que constitui nosso "conhecimento". Raríssimas pessoas, e mesmo essas apenas em relação a fragmentos dessa cosmovisão, estão em condições de reavaliar aquilo que lhes foi assim imposto. Na verdade, não sentem nenhuma necessidade de reavaliação porque a cosmovisão em que foram socializados lhes parece óbvia. Uma vez que ela também será considerada assim por quase todos os mem­bros de sua própria sociedade, essa cosmovisão ratifica-se, valida-se. Sua "prova" está na experiência reiterada de outros homens

que também a tomam como coisa natural, assentada. Enunciemos essa perspectiva da so­ciologia do conhecimento numa proposição sucinta: a realidade é construída socialmente. Com essa formulação, a sociologia do conhecimento ajuda a sintetizar a afir­mativa de Thomas sobre o poder da definição social e lança mais luz sobre a imagem sociológica da natureza precária da realidade.
A teoria dos papéis e a sociologia do conhecimento re­presentam elementos muito diferentes do pensamento sociológico. Os importantes subsídios que fornecem a res­peito dos processos sociais ainda não foram integrados teoricamente, exceto talvez no sistema sociológico con­temporâneo de Talcott Parsons, demasiado complexo para ser exposto aqui. Contudo, uma conexão relativamente simples entre as duas abordagens é proporcionada pela chamada teoria do grupo de referência, outra contribui­ção americana. Utilizado pela primeira vez por Herbert Hyman na década de 40, o conceito do grupo de refe­rência foi desenvolvido por vários sociólogos americanos (entre os quais Robert Merton e Tamotsu Shibutani). Tem sido muito útil na pesquisa do funcionamento de organizações de vários tipos, tais como militares e indus­triais, embora essa utilização não nos interesse aqui.
Já se fez distinção entre os grupos de referência de que uma pessoa faz parte e aqueles para os quais ela orienta suas ações. Este último tipo atenderá a nossos objetivos. Um grupo de referência, nesse sentido, é a coletividade cujas opiniões, convicções e rumos de ação são decisivos para a formação de nossas próprias opi­niões, convicções e rumos de ação. O grupo de referên­cia nos proporciona um modelo com o qual nos podemos comparar continuamente. Especificamente, ele nos ofere­ce um determinado ponto de vista sobre a realidade social, que poderá ou não ser ideológico no sentido ante­riormente mencionado, mas que em qualquer caso será parte e parcela de nossa participação nesse grupo particular.
Certa vez a revista The New Yorker publicou um cartum mostrando um jovem universitário bem vestido falando a uma moça desgrenhada que desfila numa ma­nifestação, portando um cartaz exigindo o fim dos testes nucleares. A legenda dizia mais ou menos: "Tenho a impressão de que não a verei hoje à noite no Clube dos Conservadores Jovens". Esta vinheta demonstra a larga gama de grupos de referência hoje disponíveis a um universitário. Qualquer estabelecimento de ensino supe­rior, com exceção dos muitos pequenos, oferece uma ampla variedade de tais grupos. O estudante sequioso de participação poderá unir-se a qualquer número de grupos de definição política, poderá orientar-se para um bando beatnik, ligar-se a um círculo de gente-bem ou simplesmente andar de um lado para outro com o grupinho formado em torno de um professor popular. E' desnecessário dizer que, em cada um desses casos, será preciso cumprir certos requisitos em termos de vestuário e comportamento — entremear a conversa com jargão esquerdista, boicotar a barbearia local, usar paletó e gravata ou andar descalço a partir da primavera. Mas a escolha de grupo trará consigo também um conjunto de símbolos intelectuais, os quais seria conveniente exibir com um ar de fidelidade — ler a National Review ou Dissent (conforme o caso), apreciar a poesia de Allen Ginsberg, lida ao som do jazz mais dissonante possível, conhecer os nomes de batismo dos presidentes de meia dúzia de companhias em que se está de olho ou de­monstrar desdém indizível por alguém que admita não conhecer os Poetas Metafísicos. O republicanismo à Ia Goldwater, o Trotskysmo, o Zen Budismo ou a Nova Critica — todas essas augustas possibilidades de Weltanschauung podem engrandecer ou estragar reuniões nos sábados à noite, envenenar as relações com os co­legas de quarto ou tornar-se base de fortes alianças com pessoas que antes se evitava a todo transe. E então se descobre ser possível "ganhar" certas moças com um carro esporte e outras com John Donne. E' claro que só um sociólogo mal-intencionado poderia julgar que a escolha entre um Jaguar ou a poesia de Donne será determinada em termos de necessidade estratégica.
A .teoria do grupo de referência demonstra que a filia­ção ou a desafiliação normalmente traz consigo com­promissos cognitivos específicos. Uma pessoa se liga a um grupo e por isso "sabe" que o mundo é isso ou aquilo. Outra troca este grupo por outro e passa a "saber" que devia estar enganada. Todo grupo a que urna pessoa se reporta proporciona um ângulo de visão privilegiado do mundo. Todo papel incorpora uma cosmovisão. Ao se escolher pessoas específicas, escolhe-se um lugar específico do mundo para viver. Se a socio­logia do conhecimento nos oferece um panorama da cons­trução social da realidade, a teoria do grupo de refe­rência aponta-nos as muitas pequenas oficinas em que "igrejinhas" de construtores do universo fabricam seus modelos do cosmo. A dinâmica sócio-psicológica que con­diciona este processo será presumivelmente a mesma que já examinamos ao analisar a teoria dos papéis — o impulso humano de ser aceito, de participar, de viver num mundo junto com outras pessoas.
Algumas das experiências realizadas por psicólogos sociais sobre a maneira como a opinião de grupo afeta até mesmo a percepção de objetos físicos dão-nos uma idéia da força irresistível desse impulso. Diante de um objeto de, digamos, 70 cm de comprimento, um indiví­duo progressivamente modificará sua estimativa inicial, correta, se colocado num grupo experimental em que todos os membros afirmem terem certeza de que o com­primento real será 30 cm aproximadamente. Não é de espantar, portanto, que as opiniões grupais no tocante a questões políticas, éticas ou estéticas exerçam força ainda maior, uma vez que o indivíduo assim pressionado não pode recorrer, como último argumento, a um gaba­rito político, ético ou estético. Se o tentasse fazer, o grupo naturalmente negaria o gabarito. A medida de validade de um grupo é o gabarito de ignorância de outro grupo. Os critérios de canonização e amaldiçoamento são intercambiáveis. Quem escolhe seus companheiros, escolhe seus deuses.
Destacamos neste capítulo alguns elementos do pen­samento sociológico que nos proporcionam uma imagem da sociedade atuando no homem, ampliando nossa ante­rior perspectiva do homem atuando na sociedade. Neste ponto, nossa imagem da sociedade como uma enorme prisão já não parece satisfatória, a menos que lhe acres­centemos o detalhe de grupos de prisioneiros ocupados ativamente em manter suas paredes intactas. Nosso en­carceramento na sociedade já nos parece algo criado tanto por nós próprios quanto pela operação de forças externas. Uma imagem mais adequada da realidade so­cial seria agora a de um teatro de fantoches, com a cortina se levantando e revelando as marionetes saltando nas extremidades de seus fios invisíveis, representando animadamente os pequenos papéis que lhe foram atribuí­dos na tragicomédia a ser encenada. Entretanto, a ana­logia não é bastante ampla. O Pierrô do teatro de fan­toches não tem vontade nem consciência. Mas o Pierrô do palco social nada deseja senão o destino que o aguarda no cenário — e possui todo um sistema filo­sófico para prová-lo.
O termo chave usado pelos sociólogos para se referir aos fenômenos discutidos neste capítulo é "internaliza­ção". O que acontece na socialização é que o mundo social é internalizado pela criança. O mesmo processo, embora talvez num grau mais fraco, ocorre a cada vez que o adulto é iniciado num novo contexto social ou num novo grupo social. A sociedade, então, não é apenas uma coisa que existe "lá", no sentido durkheimiano, mas ela também existe "aqui", parte de nosso ser mais ín­timo. Apenas uma compreensão da internalização dá sen­tido ao fato incrível de que a maioria dos controles externos funcionem durante a maior parte do tempo para a maior parte das pessoas de uma sociedade. A socie­dade não só controla nossos movimentos, como ainda dá forma à nossa identidade, nosso pensamento e nossas emoções. As estruturas da sociedade tornam-se as es­truturas de nossa própria consciência. A sociedade não se detém à superfície de nossa pele. Ela nos penetra, tanto quanto nos envolve. Nossa servidão para com a sociedade é estabelecida menos por conquista que por conluio. Às vezes, realmente, somos esmagados e subju­gados. Com freqüência muito maior caímos na arma­dilha engendrada por nossa própria natureza social. As paredes de nosso cárcere já existiam antes de entrarmos em cena, mas nós a reconstruímos eternamente. Somos aprisionados com nossa própria cooperação.
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DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?

91 comentários:

Tudo ao mesmo Tempo Agora! disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tudo ao mesmo Tempo Agora! disse...

Parabéns Professor!
Conteúdo claro,incisico e esclarededor sobre a matéria, uma valiosa aquisição para nós alunos!
Gilcéia Carvalho de Freitas
P.S: Removi o outro pois continha um erro de português!

31 de Agosto de 2008 21:17

Tudo ao mesmo Tempo Agora! disse...

Eu tenho que estudar mais português....Ou cuidar da dislexia.
Parabéns Professor!
Gilcéia Carvalho de Freitas

Anônimo disse...

A respeito do lugar social (tema que muito me atrai), sobre controle social e tudo aquilo que se encontra instituído para nós, achei interessante algo que li:
"Nove décimos de tudo o que você faz, diz, pensa, sente, desde que se levanta de manhã cedo até que vai pra cama de noite, você diz, faz, pensa, sente não como expressão própria, independente, mas em conformidade inconsciente e sem crítica com regras, regulamentos, hábitos grupais, padrões, códigos, estilos e sensações que existiram muito antes que você nascesse." (RUSSEL,G.Smith, em Fundamentos sociais e Educação, de Hélio Inforzato, p.37-38)
Verdadeiro ou falso?
Agora outra questão. Já que estou lendo Bakunin, fico tentando imaginar as questões de controle social e lugar social numa sociedade anárquica? Como seria?

Anônimo disse...

Simone, tenho um pouco de receio dessas estatísticas tão radicais. Certamente a sociedade nos influencia, mas também somos agentes. Quando estudarmos Weber faleremos sobre o sentido da ação humana, aquilo que move cada um de nós a agir...

Quanto ao controle social numa sociedade anárquica... não sei como seria... mas tenho certeza que existiria... Não acredito na ordem espontânea... E vc?

Anônimo disse...

Tentei imaginar como seria a sociedade anárquica. Claro que minhas leituras a respeito não foram tão profundas, mas a medida que ía lendo, comecei a ter um pouco de medo. Porque o ser humano tem seu lado cruel e sombrio. Não dá pra eliminá-lo, não é? Tem que ter algum mecanismo de controle. Não sei se é bem por aí, mas foi a minha reflexão.
Já o lugar social, também é complicado pensar em sua não existência. Porque, será que algum dia, o ser humano deixará de avaliar, comparar, classificar, julgar os outros seres humanos?
E para nos relacionarmos, não partimos sempre de algum juízo sobre o outro?
Então, controle social e lugar social nunca deixarão de existir em sociedade alguma, né?
Ih, acho que essas divagações estão muito filosóficas...(rs)Vou ler suas poesias, que é melhor! (rs)

flaviagc78 disse...

Apesar do ideal "superior" de democratização do conhecimento, a escola trabalha como repetidora de valores da sociedade como a competição e o individualismo. Ela parece um laboratório de controle social constante. Por exemplo, alunos que conseguem maior pontuação recebendo prêmios servindo de exemplo para os demais justificam o sistema de mérito e competição, e não o de cooperação social. Eu nunca ouvi falar de um aluno que tenha ganho algum prêmio por ajudar os colegas e sim uma advertência ou um zero por "dar cola". As disciplinas separadas que fragmentam o conhecimento + avaliações individuais que sedimentam a alienação e o individualismo. O aluno não se vê como um ser integral, mas como o que é bom em português enquanto matemática é para os "outros".

Flávia C L de Farias
Turma 9

Chico Arruda disse...

Acho que a escola controla, porem naõ sei se ela tem consciencia disso, entende? por exemplo, até que ponto a questão da uniformização é vista como um meio de controle social? "todos iguais, mais fácil de controlar" ou é já virou algo de tradição escolar sem objetivos de generalização consciente? também não podemos esquecer o professor que é um sujeito formador e formado de opiniões... Também fica no ar se a escola realiza os fatos ideológicos ou se produz novas ideologias de objetivos diversos.


Sou Chico Arruda turma 12 de Sociologia da Educação, mas freqüento as aulas da turma 6 as quartas. (sou o aluno que vai viajar) rs

Unknown disse...

Luana Salles (T4- Soc. da Educação)

O período escolar é o ensaio do indivíduo para a vida em sociedade. Dentro desse contexto o aluno vai "internalizando" o que a escola espera dele; como por exemplo o bom comportamento,a disciplina, a obediência, a eficiência nos estudos, o asseio, a pontualidade, o compromisso, etc. Com o passar do tempo, o indivíduo percebe que essas expectativas não são alimentadas somente pela escola mas também pela sociedade. Dessa forma, o aluno passa a ter contato com o outro generalizadado, ou seja, o conjunto de condutas e normas exigido pela escola, para formar novos cidadãos, que apenas reflete os anseios da sociedade.

Anônimo disse...

Sendo a escola um local de reprodução de ideologias , onde os alunos passam fazer parte dos grupos sociais e criam suas expectativas.Cabe a essa escola desempenhar o seu papel democrático instituindo um conhecimento uniforme á todos respeitando as diferenças e as opiniões de toda comunidade escolar.

Anônimo disse...

Acredito que a escola prepara o aluno para o mundo, pois zela pela educação, obediência, respeito fortalecendo e influenciando o ser generalizado nesta sociedade.
Professor Leonardo tire uma dúvida por favor, quando a escola obriga o aluno a usar o uniforme da escola também podemos colocar como um fortalecimento ou influência do ser genralizado dentro daquele lugar social?
Renato Caminha Corrêa Turma 9 Sociologia da educação

PROFORMAR COMUNIDADE CCPL disse...

Anselmo Ferreira Assumpção turma 09


Bom, primeiro colocaremos em evidência que a escola é um fragmento da sociedade, isto é, a escola acaba sendo para aquele indivíduo ali inserido uma redução da então sociedade mais abrangente, um pequeno espaço particular que constituíria um grupo de influência, onde por sua vez, como na totalidade da sociedade à um conjunto de regras e normas que direcionam seus indivíduos e como a escola é um grupo que está contido nesse outro maior, valerá nela (escola), as mesmas propriedades da referida sociedade.
Pelo contexto do referente texto vimos que existe uma necessidade de aceitação por parte dos indivíduos particularizados em prol a um grupo que ele queira se inserir, ou mesmo a aceitação para que o individuo se reconheça como ser, com um papel dentro da requerida cena assim dizendo, então é bem claro observarmos que a escola terá influência sobre o indivíduo e não somente isso, mais o fortalecerá, se o mesmo (indivíduo) satisfazer as condições exigidas pelo tal grupo(escola), sejam estas desempenho intelectual, moral, relacionamento tribal etc. Logo como esse indivíduo não consegue “fazer-se a si mesmo e por si só”, e se satisfazer com isso, pelo contrário, para se sentir alguém, se sentir “ser”, ele precisa justamente da aceitação do outro dentro um certo grupo e um contexto determinado, por isso esse “outro”, seja lá quem for, terá um grande valor e será de total importância e influência em seu comportamento como “ser”. Tendo em vista que a escola é uma instituição, na qual, todos os individuos de nossa sociedade são conduzidos para a sua formação como cidadão e é inevitavel de formal geral, exceto por alguns caso particulares, desviar-se desse fluxo do sistema, então vale nela todas as proposições enunciadas acima.

Anônimo disse...

Disciplina: Sociologia da Educação
Turma: 09
Aluna: Elizabeth R. de M. Motta

A escola impõe coisas aos alunos que lhe serão bastante úteis quando saírem da escola e se tornarem adultos dentro da sociedade. Na escola você tem regras à seguir, horários, vestes, comportamentos, convívio com os outros alunos. Essas coisas são coisas que também ocorrem na vida adulta, que lhes serão de grande utilidade na hora de se relacionar com o outro generalizado, de representar o seu papel perante a sociedade. Afinal, na escola o aluno também representa um papel que é aperfeiçoado para o papel que ele representará na sociedade.

Anônimo disse...

A escola fortalece, criando vínculos com a criança, pois faz parte do outro generalizado. Na escola o professor espera que a criana tenha um certo comportamento e que responda ao seu processo de aprendizagem. E é esta a sua maior influência, pois a escola por si mesma cria uma série de espectativas sobre seus alunos.
Luciene Maria - Turma 3
2° período - Sociologia da Educação

Unknown disse...

A escola fortalece no indivíduo a importância/ influência do outro generalizado desde o saber deste que deve respeitar e obedecer o professor, tendo este como parâmetro, o ganho de “prêmios” pelos alunos que obtiveram um desempenho melhor servindo de exemplo para os outros, até a apresentação das situações e obrigações que se tem na sociedade, os poderes que deve-se obedecer. Estas situações influenciam e padronizam o indivíduo para o meio social, me pergunto até onde, é certo? Até onde devemos , nós professores,criar e enfatizar situações para a “influência” do indivíduo? Mas ao mesmo tempo as ações são pré-determinadas, para mudá-las é preciso primeiro mudança na sociedade.

Bruna Freitas
turma:9

Anônimo disse...

Uma vez que o indivíduo "cria" sua personalidade, agindo na vida social. Considerando que a escola é o primeiro local onde a vida social se amplia, ela fortalece de forma marcante o outro generalizado. Pois è na escola, a medida que a criança vai "agindo", que se percebe inteligente ou não ; disciplinado ou não;etc.
O papel social que o aluno ocupa na escola é tão fundamental, que um aluno com dificuldade tem uma possibilidade maior de se tornar um bom aluno, caso o professor acredite em seu potencial de reverter este quadro, no entanto, se o professor o classificá-lo como mau aluno, a tendência é que ele se reconheça como tal e se torne um mau aluno.
O que nos leva a pensar, da responsabilidade da escola em relações aos papeis sociais.
Penso que o professor não deva duvidar do potencial do aluno , pois este sendo ser humano, tem um potencial imensurável e cabe ao professor incentiva-lo a "empurrar "seus limites.
Sei que na prática as coisas são bem diferente. Mas se o professor desistir de seus ideais, vai lhe restar muito pouco.
Telma - Turma 4 - Sociologia da Educação.

Anônimo disse...

A escola fortalece no indivíduo que envolve-se neste meio social um local de reprodução de ideologias e de controle social,pois mesmo inconsciente ou não é nela que alunos e professores unem-se e veêm-se seus defeitos e falhas sociais mas também enxergam suas qualidades, ou seja, o indivíduo percebe que a sociedade espera dele suas qualidades mas que também recerá seus defeitos sociais.

Bruno Catharino
Sociologia da Educação
TURMA 12

Anônimo disse...

José Luiz da Silva Perna
turma 12(sexta n3/n4)
A escola é a primeira instituição que socializa o indivíduo. Nela a criança irá acostumar a conviver com seus semelhantes e também a entender que existem diferenças. Aprende que existem regras individuais e coletivas, regras de conduta e comportamento. Que muitas vezes algo natural a ela não necessariamente será para outro. Verá as diferenças de cada indivíduo e grupo social. Mas a escola também participará ativamente na sua formação intelectual e cultural e irá preparar o estudante ao fortalecimento de suas convicções individuais e que estas convicções não se enfraquecerão por outro indivíduo não compactuar com elas. A escola tem que ser formadora de um indivíduo critico, e preparado a sociedade, que nela deve agir e interagir para o bem comum, respeitando as peculiaridades de cada ser.

Anônimo disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?

A escola espera do aluno muitas coisas: pontualidade, responsabilidade, respeito, ética, etc. Todos esses valores são cobrados do aluno. A sociedade também espera esses valores desse aluno q um dia se tornará um membro da mesma. Parafraseando Coley, a escola moldará no aluno o que a sociedade espera dele: se ele urante toda a vida acadêmica for direcionado a seguir normas, normas essas aprovadas pela sociedade, ao chegar a vida adulta ele continuará seguindo essas normas. A escola molda o ser humano que a sociedade espera.


Thiago Valladares da Silva
Matriculado: T09
Assistindo: T12

Anônimo disse...

Aline Rodrigues, segundo período-turma 3

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?
Na construção do saber e na transferência do conteúdo, preparando o indivíduo para o contato com o outro generalizado, como também para a formação de identidades que vá satisfazer a sociedade.

Anônimo disse...

A escola segue "direitinho" a teoria dos papéis, pois é ela que molda o individuo para ser o que a sociedade espera dele, é ela também que dita as regras que a criança deve seguir para ser "bem sucedida", ou seja, ser o que a sociedade quer que eles sejam.

Douglas de J Pereira
Turma 9

Anônimo disse...

A escola é um local onde o individuo recebe forte influencia de outyros (Professores, colegas... )e se propõe a moldar o individuo que a sociedade anseia, exigindo dele valores semelhantes aos exigidos pela sociedade. Isso acontece pois a escola faz parte dessa sociedade e se espelha nela. A escola valoriza pontualidade, boa frequencia, asseio pessoal, competitividade e etc. Creio que devesse se procupar também em formar cidadões priorizando o respeito as diferenças, e evitando pré-conceitos.

Lillian A. A. Psicologia Turma 12

Anônimo disse...

A escola fortalece no indivíduo a importância do outro generalizado, pois é um lugar de reprodução de ideologias, onde o aluno faz parte de um grupo de referência , seja a sala de aula, portanto ele tem que se adequar ao grupo, com suas normas, obrigações, havendo uma padronização tanto no âmbito educacional quanto no meio social. Enfim, na minha opinião, a escola é a instituição que prepara o indivíduo para as demandas da sociedade.

Nome: Renata Oliveira de Sousa
turma:04

Unknown disse...

A escola, em seu papel de formação do indivíduo apto para interação e incorporação na sociedade, proporciona uma série de vivências para o estudante que contribuem para a construção de sua identidade. Os diversos papéis que o indivíduo desempenhará, convenientemente, são aprendidos quando, no início de sua formação, a criança tende a assumir o papel do "outro". Na escola isso é estimulado através do lúdico.


Raquel Pinheiro de Souza
Sociologia da educação - turma 12 - noite

Anônimo disse...

O lugar social é onde os indivíduos estão inseridos na sociedade, da qual foram constituída exteriormente, independente de sua vontade ou adesão e que essas exercem sobre ele um controle social.
O controle social é a forma que leva a conformidade dos indivíduos à sociedade que vive onde as regras se internalizam e transforma-se em hábitos.
O controle social manifesta sua natureza coletiva, aquilo que é comum a todos independe daquilo que faz e pensa cada indivíduo, no seu papel social representa formas padronizadas de conduta e pensamento, prevalecendo à identidade coletiva. As regras normas e valores são transmitidos aos indivíduos através da educação formal ou informal e a Escola fortalece no indivíduo a importância do outro generalizado através da consciência coletiva que se impõe aos indivíduos e perduram através de gerações de forma coercitiva.

Rejane Oliveira
turma:3 / soc. da edu.

Monique Ellen disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?

A escola é o primeiro passo da criança, nela que a criança aprende a conviver com outras pessoas de sua idade, a respeitar e obedecer aos mais velhos; verá que existem regras estabelecidas, que existem crianças diferentes, cada uma com um jeito de ser e agir, de falar e de ouvir. E será através dessa escola, que deverá sair uma criança com opiniões, capacitado de ter um ponto crítico, respeitando os pensamentos de cada indivíduo. A sociedade espera algo de um ser, e é com o convívio na escola, que surgem esses cidadãos aptos a interagirem na sociedade.


Monique Ellen dos S. Pereira.
Sociologia da Educação.
Turma 12 - Noite

Anônimo disse...

A escola fortalece a importancia do outro generalizado pela criaçao de grupos de referencia que exerce um certo controle social atraves da uma auto definiçao e de um curriculo em que o individuo passa a acreditar que faz parte de suas atribuiçoes e que por consequencia o localiza dentro da sociedade.Esta localizaçao social pode ser caracterizada por um lugar social, no qual o individuo pode ocupar por um determinado tempo, ou pela estratificaçao social, onde o individuo dificilmente saira da sua posiçao atual.
Outro papel da escola como instituiçao, segundo Gehlen, e o de canalizar as açoes humanas afim de padroniza-las, e que estas açoes sejam seguidas de forma esperada e desejada por toda a sociedade.

Nivia Cursino
Turma 4 - 2° periodo/Noite

Anônimo disse...

Aluna: Camilla da Silva Sampaio
Turma 9

A escola, originalmente, tinha o objetivo de reproduzir o controle social que a classe dominante tinha sobre a sociedade. As escolas particulares voltavam seu ensino para formação de cidadaos criticos, enquanto que as escolas publicas criavam cidadaos trabalhadores. Acredito que ainda exista isso hoje em dia, e que fica bem definido dentro da escola o que se deve ou não fazer, afinal, não existe escola que não coloque o aluno em detenção ou suspensão simplesmente por se comportar fora dos padrões criados por ela. Da mesma forma, dentro da escola todos estamos sofrendo (bem intensamente) o controle social exercido pelos nossos colegas de classe. Como ela tenta reproduzir e preparar o aluno pra sociedade, ela acaba fortalecendo essa importancia no outro generalizado.

Anônimo disse...

A escola é o local instituído do aprendizado, onde todos devem ter sua passagem registrada, afim de obter o conhecimento esperado pela sociedade.
É na escola, que o indivíduo passará a maior parte de seu tempo, onde tambem sofrerá modificações, afim de se tornar um novo indivíduo; capaz de obter cada vez mais os ensinamentos e realizar tarefas e planos, que a sociedade prepara para seus integrantes.
Mas para isso acontecer, deverá cumprir tarefas e obedecer regras impostas por essa mesma sociedade.

CARLOS ALBERTO FERNANDES DE AZEVEDO
TURMA 3 - PEDAGOGIA
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Anônimo disse...

A escola fortalece no lugar generalizado porque e o primeiro local que a criança vai depois do núcleo familiar dessa maneira a escola auxilia a criança exercer tudo que ela aprendeu no seu núcleo e adquirir mais conhecimento para exercer em outros núcleos que ela se encontrara.

Anônimo disse...

A escola é uma instituição onde as crianças passam a maior parte de seu dia, onde elas devem aprender a lidar com as diferenças de papeis sociais, a principal delas encontradas na escola é a hierarquia entre aluno e professo, é a partir desses diferentes papeis sociais, que as crianças aprendem a receber ordens, limites e começa a ser moldada para viver em uma sociedade tão heterogenia. Sociedade onde encontrara uma grande diversidade social, tendo que aprender a conviver e respeitar essas diferenças de papeis sociais.


Tamires C. Teles da Silva
Turma 4. Turno Noite

Anônimo disse...

A escola é um lugar onde o indivíduo reconhece que faz parte de uma comunidade, de um lugar na sociedade. Ele passa a deixar o convívio exclusivamente com a família, onde é cercado por elos afetivos e passa a ir à escola, que o mostra outros elos e sentimentos. Lá ele começa a visualizar que precisa se socializar e percebe que para essa relação dar certo há a necessidade de outras pessoas. Portanto a escola o faz perceber a importância do outro.

Anônimo disse...

As influências educativas podem ser intencional ou não intencional, independente da modalidade educativa.A educação não intencional corresponde as influências do contexto social,e do meio ambiente sobre os indivíduos.Tais influências, tambem denominadas de educação informal corresponde aos processos de aquisição de conhecimento, experiências,idéias,valores,práticas que não estão ligadas especificamente a uma instituição e não são intencionais e consientes. São situações e experiências, por assim dizer,casuais,espontâneas, não organizadas influem na formaçãohumana.É o caso por exemplo, das formas econômicas e políticas de organizaçaõ de sociedade,das relações humanas na família ,no trabalho , na comunidade,dos grupos de convivência humana, do clima sócio- cultural da sociedade.A educaçaõ intencional refere-se a influências em que há intenções e objetivos definidos coscientemente, como o caso da educação escolar e extra-escolar.Há uma intencionalidade, uma consiência por parte do educador,quanto aos objetivos e tarefas que deve cumprir,seja ele o pai,o professor,ou adultos em geral.Esses muitas vezes invisíveis atrás de um canal de televisão,do rádio, do cartaz,da propaganda,do computadoe,etc.Há métodos ,técnicas,lugares e condições específicas prévias criadas deliberadamente para suscitar idéias,conhecimentos,valores,atitudes,comportamentos.

Anônimo disse...

A sociedade espera que o indivíduo seja um cidadão com várias qualidades. Desde pequeno, a escola o molda para a aceitação dele na sociedade, o fortalecendo, transmitindo-lhe, além dos conteúdos pedagógicos, normas e regras de conduta, como comportamento, responsabilidade, enfim, valores, para que seja aceito na sociedade na maneira em que ela o espera.

Rafaela Aparecida
Turma 04 - Sociologia da Educação

Anônimo disse...

Abordando a fase “infância” de um indivíduo, devo dizer que a escola fortalece a importância/influência do mundo externo, quando ela traz para o aluno o aprendizado teórico, que explicará ou até mesmo desvendará a brincadeira e a imaginação do aluno.
Berger argumenta que nós também fomos induzidos a sanidade em nossa infância. A criança considera “mágicos” os fenômenos naturais como o arco-íris, os trovões, as ondas do mar etc. Mas toda essa “magia” acaba quando o professor durante uma aula qualquer explica para a turma que há vários anos atrás, um certo pesquisador descobriu que toda essa “magia” era simplesmente fenômenos naturais que se davam por determinados motivos, sem encanto algum.
O indivíduo reflete sobre várias idéias, mas acredita incontestavelmente que a realidade dos fatos estão contidas nas páginas de um livro e que os detentores dessas verdades são os professores, os pesquisadores e as grandes personalidades dos livros.
Pode ser somente impressão, mas vejo que a escola não só transmite conhecimento, como ela o faz classificando o aluno como ser totalmente ignorante, pois parece que tudo o que o aluno imaginar já terão centenas de respostas prontas e dezenas de livros para desvendar o que o aluno pensou.


Stella Patrícia Saramago
(turma:4)

Anônimo disse...

A escola é o primeiro lugar que o indivíduo vai ter contato com o outro generalizado, pois antes disso ele tinnha contato apenas com a sua família(outro significativo).E´ no ambiente escolar, com os proffessores e os colegas que este indivíduo vai começar viver em sociedade.Por isto a escola tem papel fundamental no fortalecimento da importancia/influência do outro generalizado no indivíduo.
Bruna Brito.Turma :3.

Unknown disse...

A Escola tem um importante papel, podemos dizer que é uma organização necessária, pois ela é responsável pela criação da identidade social em cada indivíduo, ou seja, é responsável pela formação do indivíduo em cidadão.
É na Escola que praticamos o respeito ao espaço do próximo, noções de certo e errado. Nela aprendemos a cumprir regras, senso de Ética. Na Escola treinamos o que seremos um dia na sociedade, de como iremos somar na sociedade.
Vale a pena ressaltar, que tudo que é imbutido em nossas mentes, quase como uma "lavagem cerebral", é naturalmente ditado pelo Estado, responsável por essa organização.

Tatiana Gonçalves Martins.
Turma 12

Anônimo disse...

A escola de fato é lugar onde as crianças, intengram-se em uma comunidade mais ampla instituindo a coabitação de seres difrentes sobre uma mesma regra.
Assim é necessário que a escola seja portadora de um ensino democrático, com poder de crítica e formação de seus próprios conhecimentos.
A escola a sume o dever de forma-los para a sociedade os conduzindo para uma vida regrada.

Luana Lisboa
Turma 04

Anônimo disse...

A escola é o lugar onde o indivíduo tem pela primeira vez o contato com o outro generalizado. Na escola o indivíduo se depara com as diferenças; papéis sociais diferentes, pessoas vindas de diferentes lugares sociais, isto faz com que o indivíduo aprenda a fazer suas escolhas: que grupo de referência seguir, que papel social interpretar. Ao mesmo tempo, depende deste outro generalizado para ser aceito no grupo de referência e para que seu papel social seja sustentado. Desta forma, a escola através de seus mecanismos de controle e grupos de referência, fortalece a importância/influência do outro generalizado.

Anônimo disse...

A escola é um lugar que deixa on aluno/indivíduo mais responsável,onde pode fazer seu próprio caminho sem influ~encias familiares.No entanto,a noção de limites é essencial para o aprendizado e para o crescimento pessoal.Só assim,com limites e exemplos é q o indivíduo aprenderá a lidar em sociedade e a respeitar diferenças.

Daniel Kistler-Turma 3

Anônimo disse...

A escola oferece aos alunos papéis que o indivíduo é capaz de desempenhar e que deve agir em determinadas situações conforme o padrão. A sociedade atribui as identidades aos indivíduos. O aluno se comportará da forma que o tratarem, sua imagem será construída a partir do contexto social que a escola/educadores estiver disposta a reconhecê-lo nessa identidade.

Daniela Peixoto turma 3

Anônimo disse...

De que maneira a Escola fortalece no indivíduo a importância/influência do outro generalizado?

A escola fortalece o indivíduo na construção da identidade. Na escola o indivíduo vai compartilhar do coletivo, aprendendo a obedecer as normas,regulamentos, a ter uma conduta correta, ou seja, o que a sociedade espera dele.O papel que ele exercerá na sociedade.
Antonio - turma 03 - noite

Miriam Cesário disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?

A escola é um lugar social onde o controle social e a ideologia dominante estão como sua principal função, na qual ela prepara a criança para a sociedade.
Nela a coerção, a competição, exclusão ou inclusão, castigo ou premiação,entre outros estão inserido fortemente na aprendizagem desse individuo.
A escola é onde a criança tentará fazer parte de um grupo de referencia e onde a mesma terá os primeiro contatos com este outro generalizado.
É ela quem prepara, molda, esse individuo para a sociedade.

Roberto Rodrigues disse...

A escola de uma forma coesa acaba por preparar o aluno ,para a convivência em grupo saindo do “eu” para um grupo social ,que é preceptor e definidor da conscientização humanística do indivíduo na imagem “como um todo”.Percebendo desta forma que somos partículas de uma grande engrenagem, e que cada um tem o seu dever como um “eu social” que tem garantido direitos e deveres.

Roberto Santos Rodrigues Turma 12 Sociologia.

Anônimo disse...

A criança deixa a exclusividade do âmbito familiar, e vai para escola tendo novas experiências em contato com o outro generalizado. Os indivíduos que a cerca vão ajudá-la a integrar-se ou não a um grupo de referência, o qual o ser tem a opção de escolher seu lugar social sendo este mais flexível ao contrario de sua estratificação social, que de automático pode vir a excluí-lo.
A escola tem como uma de suas funções, padronizar as ações humanas. Apartir desta ideologia os indivíduos constroem a importância do outro para si, com a percepção das diferenças existentes nos grupos, associando os papeis a serem interpretados no meio em que vivem. Ou seja, a escola fortalece a influência do outro generalizado no individuo, à medida que o mesmo percebe que tem a necessidade de se enquadrar em um grupo.

Nathalia Rocha
2° período, Turma 04.

Unknown disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?
Para Durkheim a inserção do indivíduo à vida social é papel fundamental da escola. Ela é responsável por formar o indivíduo de acordo com a moral e a ética instituída pela sociedade, tornando-o participante ativo do mundo e capaz de executar as rupturas necessárias com o senso comum.
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TOMAZ PEDROZA BORGES
TURMA 12

Anônimo disse...

TEXTO 3
A escola tem um papel fundamental na vida e na formaçao do caráter do indivíduo. Isso porque, quando a criança vê que não existe apenas o "outro significativo", ou seja, sua família , ou pessoas que lidam com ela mais de perto; quando ela percebe que existe o "outro generalizado" que no caso pode ser a "sociedade" da escola, ela se vê obrigada a seguir certas "regras' que façam com que ela seja aceita nos grupos, já que o homem é um animal social por natureza e precisa estar com outros indivíduos e se ver reconhecido neles. Os indivíduos escolhem seus papéis sociais através dos grupos de referência.
CARLA TURMA 3

Anônimo disse...

O ser humano está relacionado a vários tipos de controle social. Seja em seu meio social ou no seu papel em que ele ocupa na sociedade. O Homem traz consigo um código de conduta que não pode ser violado impunemente.
Toda a sociedade compõe-se de níveis inter-relacionados em termos de ascendência e subordinação (estratificação social).
Moysés – Turma 4.

Léia Luiz disse...

TEXTO 3
A partir do momento que a escola valoriza a forma culta, a cultura e a ideologia dominante, esta contribuindo para a generalização de padrões sociais estabelecidos e convencionados culturalmente, e assim, a criança passa a internalizar e atribuir os padrões estabelecidos pela escola e sociedade como o único certo e valorizado, dessa forma a escola nada mais é do que o reflexo da sociedade, que cada vez mas esta contribuindo para uniformização de pessoas, ou seja, o individuo não tem suas particularidades, sua cultura, sua forma de falar, de expressar respeitada e isso num país como o nosso culturalmente e sócio- histórico diversificado, tende para o pré- conceito étnico, cultural e racial das crianças que se encontram fora desses padrões.

Adalciléia Luiz
Turma 3

Anônimo disse...

A criança ao nascer passa um período que vive apenas no ambiente familiar,após isso seu primeiro ensaio para o convívio social se faz quando ingressa na escola. Sendo essa de grande importância, pois é nesse espaço que ela aprende sobre seu papel social. A escola é um local de reprodução de ideologias, onde os alunos começam a expor suas criatividades. Sendo esse um local de democratização de conhecimento, pois é nesse contexto que o aluno começa a internalizar o que a sociedade vai esperar dele: pontualidade, bom comportamento,disciplina, eficiência nos estudos, entre outros. Com isso, observa-se que a escola é o ambiente de capacitação e desenvolvimento da vida social dos indivíduos, ao mesmo tempo em que, torna-se normatizadora dos interesses da classe dominante.
Nathália Chianello
turma - 04 turno - noite

Anônimo disse...

Kelly Castro
Turma 09
Txt 3

A concepção que o indivíduo tem de si mesmo, passa a ser mais clara quando ele é inserido em um meio que vai além de seu círculo íntimo de convivência. A escola tende a despertar no indíviduo que ele tem um papel à desempenhar na sociedade e que os outros sempre esperam algo dele. Também é na escola que o indivíduo passa a perceber que há um "mundo" de regras e etiquetas para serem seguidas; e isso ajudará na formação da indentidade que futuramente estará desempenhando vários papéis dependendo do meio em que está inserido. Seja em uma rodinha de amigos ou no relacionamento com professores o indivíduo sempre estará tentando desempenhar seu papel da melhor maneira possível.

Anônimo disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?
A criança deixa o ambiente escolar e vai para a escola onde pela primeira vez vai ter contato com o outro generalizado. Então, os alunos passam a ter a necessidade de fazer parte de um grupo social, precisando se encaixar/se adequar a esse grupo, para que ele afirme o seu papel social. A escola como reprodutora de ideologias, acaba provocando uma padronização, para que o aluno seja aceito na sociedade/grupo que o cerca; fortalecendo assim a influência do outro generalizado..
RAQUEL MONTEIRO TURMA:04
SOC. DA EDU.

José Carlos de Souza Dias Turma 12 disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?

Como observado no texto, todo indivíduo sente a necessidade de reconhecer sua identidade e ele acaba por fazê-lo através do contexto social. É na escola - que funciona como um laboratório que reproduz a sociedade humana de forma ampla numa escala reduzida e é onde ocorre o primeiro contato com a estrutura social - que este aprende a se identificar com determinados papéis e percebe qual será o padrão de comportamento exigido para sua integração nos respectivos grupos sociais. É desta forma que ele desenvolve sua capacidade para escolher entre buscar uma identidade para sua auto-definição associando-se àqueles grupos que irão reconhecer/fortalecer a imagem aspirada, ou, por outro lado, se deixar rotular e seguir o caminho que lhe for socialmente designado que acabará por influenciá-lo para gradualmente encaixa-lo em determinado papel. Tal escolha é possível tendo em vista que o aluno ao entrar na engrenagem escolar ainda não possui uma personalidade formada e sim um amplo potencial para desenvolvê-la através das influências que lhe serão apresentadas.
Assim, o aluno acaba por reconhecer, talvez até de forma inconsciente, a importância de se distinguir os grupos de referência para a criação e ratificação de sua própria identidade, visão que será transportada e incorporada na sua vida adulta na “sociedade real” existente fora dos muros da escola.

Anônimo disse...

Elaine da Cruz Carvalhes Turma 3 Turno noite

Não a como negar que a escola molda atitudes e condutas , ela é uma grande fabricante de indivíduos socialmente moldados. Isso se pode perceber no currículo e na própria atitude que se espera dos educadores e dos alunos.
Dentro da escola já se espera que o indivíduo se relacione por meio de grupos ex: o grupo dos que não querem nada , grupos das patricinhas, grupos dos que estudam etc...
O aluno já esta condicionado a pensar da mesma maneira que seu grupo e de ser julgado pela conduta do mesmo, não só por isso, mas pela própria incorporação ou não dos objetivos curriculares, planejados previamente pela sociedade.
A sociedade espera que escola transmita e tenha um papel já estabelecido por ela , por isso se os educadores tentarem mudar essa conduta no ato pedagógico são considerados maus educadores.

Anônimo disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?
o homem não é uma ilha, ele não pode viver isolado. Sendo assim, a escola tem um papel essêncial na formação do indivíduo. Através do desenvolvimento de brincadeiras, atividades em grupo, cultivando valores intelectuais e morais, e através dos exemplos dos grupos de referência ela está trabalhando a mente do indivíduo, de modo que no futuro ela venha a se reconhecer como membro da sociedade e assim venha a cumprir o papel esperado por ela que é a de se tornar um ser sociável.

Fábio Turma 3

Anônimo disse...

A escola como aparelho ideológico do Estado tem sim um controle, influência, dominação, padronização, entre outras coisas, com o intuito de inculcar os preceitos vigentes, isto é, uniformizar as ações, pensamentos, atitudes, já que não podemos supor uma escola autônoma na nossa sociedade. A margem de manobra que temos como docente é a parte autônoma da escola (que é pouca e não somos preparados para usá-la. Vemos que a própria instituição é hierarquizante e estabelece regras difíceis de serem quebradas.

Pedro Pestana de Oliveira - Turma 4

Anônimo disse...

Atingindo certa idade, a criança se vê inclusa na sociedade,ela vai perceber que faz parte de um "todo", começará então a conhecer o mundo dos adultos e será induzida a seguir modelos estabelecidos. O indivíduo vai conhecer o "sistema", e nele estará inserido, com isso virá uma série de regras a serem seguidas naturalmente, para que estes possam ser enquadrados como membros.

Fabiana Vilar turma 04

Unknown disse...

Wallace Nascimento - Turma 12 - Matrícula 200810184411

Texto 3 - A escola é instituição onde a educação é o foco. Cada vez mais que o aluno adquire conhecimento, ele vai abrindo seus horizontes. Com isso, ele tem uma base para olhar o mundo e assim olhar o outro, fazer reflexões e ter uma análise crítica das situações e dos indivíduos que compoem a sociedade que esse aluno vive.

Vinny Gomes STC disse...

A escola ensina sim, a doutrina e quase tudo que foi descoberto de forma real.
Sendo, em geral, um instrumento passivo de manipulação do estado, ainda assim, ela fornece conteudo para a iniciação intelectual.
Como educadores devemos observar esse movimento manipulador e construir para um ensino melhor para o futuro.

Pat disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?

Na escola o aluno percebe-se como indivíduo, ao mesmo tempo em que torna-se parte de um grupo. É o local onde surgem os primeiros conflitos com relação a imposição de regras, notas, pertencimento a um grupo de amigos, aceitaçõa pública, etc.

Gisele Lemos disse...

Gisele Lemos
turma 3
A escola fortalece no individuo a inportancia do outro generalizado, quando, a partir de seus próprios mecanismos de controle social, estimula o indivíduo a reconhecer o papel dos vários agentes da instituição: professores, merendeiras, direção, coordenação, alunos, pessoal de limpeza... e a importancia de seus papéis, assim como a importancia de que o indivíduo seja aceito, a importancia de que ele aprenda a pedir a devida permissão para falar com os superiores escolares, ou seja a criança, ou o aluno aprendem o que cada estranho representa em sua vida e aprende a lidar com eles afim de ser aceito e de estabelecer uma relação.

Jorge de Freitas disse...

Resposta ao texto 3 Jorge Freitas – Sociologia da Educação – Turma 9

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?
Como a primeira forma de contato extra-familiar, e pela diversidade existente nesses contatos. A Escola permite ao indivíduo filtrar as várias personalidades a que ele tem contato, contribuindo assim para a formação de uma postura que se enquadre no posicionamento social a que aquele individuo se situa.
As normas de conduta imposta pelo ambiente escolar, obriga ao indivíduo – Aluno e/ou professor – a assumir tais condutas, afim de que não seja menosprezado pelos seu pares.

Anônimo disse...

A importância do outro generalizado é fortalecida pela escola na medida em que essa escola faz desse indivíduo aquilo que é esperado socialmente. Isso ocorre pela necessidade de adequação que o sujeito sente diante da escola que é uma instituição social. A escola ao reproduzir as ideologias de seu meio social, também reproduz (de forma qdequada àquilo que a sociedade espera) os mecanismos de controle da sociedade para garantir que o educando se estabeleça em determinado papel social. E na medida em que a escola dá crédito à um comportamento social do indivíduo o mesmo se reconhece naquela identidade que lhe foi atribuída, independente de seu desejo, pois a força dessa influência o obriga a permanecer nesse papel pela incorporação do mesmo em sua identidade.
Dessa forma, o sujeito se adequa àquele papel com intuito de se adequar/ obter sua aceitação pelo grupo.

Maria Rafaela Telles
Turma 4 - Sociologia da Educação

Anônimo disse...

A escola é o lugar onde as crianças recebem e vivem sua primeiras experiências fora do seu lugar social, também recebem em sua formação valores, regras e normas que moldaram sua futura identidade.
Lizon Rocha.

Mila disse...

Camila Ingrid da Paz
Turma 3 - Noite
Sociologia da Educação - 2º período

Texto 3

Por ser o primeiro local em que a criança encontra o outro generalizado, pois antes disso ela só possuía influência da família, mas ao ir para a escola, e sendo lá onde ela irá aprender tudo que a torna um indivíduo na sociedade, essa criança passa a entender e a se relacionar fora do seu ambiente familiar.

Anônimo disse...

Mariana Thuller - Turma 4
A escola reproduz os valores da sociedade, ela prepara o aluno para a sociedade (em minha opinião prepara para o mercado) onde o individuo aprende a cumprir horário, obedecer regras e aprende a conviver socialmente, desta forma a escola fortalece no individuo a influência na relação com o outro generalizado.

Anônimo disse...

A escola, principalmente no Ensino Fundamental, usa como um estimulante para o bom desempenho do aluno, pequenas competições de caráter inocente aos olhos da criança. Competições do tipo: quem tirar a maior nota da classe será premiado; quem não fizer bagunça durante a aula será considerado o melhor aluno, entre outras. Isso cria na criança um conceito de que ela sempre terá que ser melhor que os outros a sua volta para ser reconhecido como um bom aluno. Caso contrário será mais um dentro da classe. E essa idéia é implantada na mente do indivíduo fazendo com que a sala de aula mais tarde seja comparada com a vida em sociedade. Sobretudo porque muitos pais deixam claro as crianças essa verdade. Dessa forma a escola deixa clara a influencia e a importância do outro generalizado.

Marcos Faria Braga - turma 09 - Sociologia

Anônimo disse...

Sabemos que a escola aparece como caminho privilegiado para que muitos possam despertar o interesse voluntário, a experiência conjunta, partilhada por todos, independente de sua função, papel ou identidade social.
Uma vez que os indivíduos convivem na sociedade com diferentes grupos, que mais ou menos influenciam seus hábitos e pensamentos, a escola aparece como um grupo que possibilita o alargamento dos horizontes. A convivência na escola de crianças de diferentes condições culturais, econômicas, credos religiosos, propiciam novas perspectivas que em seus grupos de origem, provavelmente não teriam.
No entanto, cabe a escola integrar e purificar os costumes, fortalecer nos indivíduos mais maduros o equilíbrio da convivência social e a multiplicidade de interpretações para o mundo.
Segundo Nilson Santos, Professor de Filosofia e História da Educação – UFRO, Os indivíduos mais imaturos caracterizados principalmente pelas crianças possuem seus “impulsos naturais”, não raras vezes, em dissonância com os hábitos da sociedade a qual pertencem; assim, elas devem ser estimuladas com o intuito de influenciar diretamente o seu comportamento numa direção socialmente mais satisfatória e madura, não de maneira mecânica e controlada, pois, é importante que a criança tome parte neste processo, com ações até diferenciadas, porém, atingindo o mesmo fim.
Portanto, e escola deve aparecer não como sinônimo de falar e ouvir, mas como processo ativo que rompe o âmbito da repetição e obediência estabelecendo uma identidade interior que cria mentalidade social e tornam conscientes as habilidades dos indivíduos.

Francisco Railon Rocha Carvalho
Turma 12 (noite)

Anônimo disse...

A escola na verdade é uma preparação do indivíduo para o seu ingresso na sociedade.Ela irá cobrar dele de forma que ele construa valores em cima de regras, pois a sociedade espera esses valores do aluno.O fortalecimento no indivíduo da importância do outro generalizado se faz através da consciência da sociedade como um todo que se impõe à ele e permanece por gerações de forma coerciva.O que realmente acontece é que a escola molda o aluno de acordo com o que a sociedade espera dele, isto acontece pois a escola faz parte dessa sociedade e se espelha nela.A sociedade estipula um padrão a ser seguido e cabe a escola formar um indivíduo adequado e apto a seguir essas normas estabelecidas; é nesse momento que o indivíduo será "julgado" pela sociedade, e de acordp com sua "análise" será bem "aceito ou não.

Luiz Neiva da Silva - turma 09

Anônimo disse...

Aline Maria Alvarez de Moura
Turma 9 - Sociologia da Educação
(Estou postando novamente pois esqueci de me identificar).

Primeiramente um elogio ao texto ,pois é de fácil leitura e não por isso de fácil análise e conclusão.
A escola é um lugar que supostamente deveria ser igual a uma universidade(ou quase igual,pois a mesma ainda tem muitos scripts),proporcionalmente é claro,pois é um lugar que proporciona reflexões e possibilidades de externa-lás em tentativas de erros e acertos. A partir do momento em que a criança é determinada a agir da forma que a professora e regras dentro da escola querem, começa-se a fortalecer a influência do outro generalizado. A criança se pergunta nos primeiros momentos se aquilo deveria ser do jeito que está sendo imposto,e expôe isso, mas logo há alguém que o limita e diz que ele está errado,pois o seu coleguinha não fez assim. A partir daí,o indivíduo,no caso a criança começa a se compreender como parte daquele local social e se comparar, e o ideal dela começa a ser o ideal das outras crianças que é predeterminado pela "pedagogia" da escola. Então, a escola é uma grande influência do outro generalizado, pois é a aplicação direta de ideais numa massa de crianças. E essas crianças passam a tentar ser como as outras pois esse é o certo, o ideal, e que se não fizer assim, será castigado, seja com broncas na escola e em casa, notas baixas...Um outro exemplo é a professora como padrão do saber´. Às vezes a criança nem concorda com o que a "tia" disse, mas se ela disse,está corredo,pois ali dentro da sala ela é o ideal supremo a ser seguido. Logo se "eu" vi algum erro em alguma atitude dela, o errado sou "eu" de achar que havia um erro na atitude dela.

suenne disse...

A escola tem um papel muito importante não só para o aluno , mas para a sociedade.
Ela é o segundo grupo social, depois da família e aquela que trabalha os parametros sociais, atitudes e condutas pré estabelecisdas pela sociedade.Conduzindo e preparando-o para o "mundO" .
Primeiramente , a escola mostraria a importância da interação do aluno dentro do ambiente escolar , pois assim ele teria contato com grupos que naquele momemto fazem parte de sua realidade.Através de atividades de grupos, brincadeiras , trabalhando com valores, etc.
Isto tudo serviria para mostrar o quanto é importante fazer parte do meio social e interagir com ele.

Suenne Briggs
tURMA 9

Anônimo disse...

DE QUE MANEIRA A ESCOLA FORTALECE NO INDIVÍDUO A IMPORTÂNCIA/ INFLUÊNCIA DO OUTRO GENERALIZADO?
A escola enquanto instituição, tem a responsabilidade de educar, porém, no meu ponto de vista, em segundo plano pois seria seqüência da família. A escola deve construir um cidadão justo e pensador, que raciocine nas questões morais e sociais que o cercam e em vezes assumir o papel principal na relação indivíduo X conhecimento, pois pode haver ausência de laços familiares. Com isso assumi a posição de único “escape” em que o aluno encontra para ter esse acesso.

Marcus Vinicius campos da Silva
Turma 9 – Sociologia da educação

Anônimo disse...

Ivo Venerotti (Turma 9)

A Escola não fortalece, apenas reproduz essa importância/influência. Mesmo a sua localização, e público-alvo – delimitados por critérios econômicos – não influenciam nessa relação. Podem todos serem de um nível social específico, ou até mesmo da mesma religião, os alunos irão se conectar por outros motivos, dependendo, sim, de suas experimentações e tomadas de referenciais ao longo da vida, por parte do indivíduo. A pessoa se liga ao outro de acordo com as suas convicções, e o outro também as molda, revelando-se, assim, uma verdadeira relação semiótica, na qual o indivíduo atribui significado a si mesmo por ser do grupo. Este, por conseguinte, possui significado por ele pertencer ao grupo. Sendo assim, ambos atribuem significados um ao outro mutuamente.

Anônimo disse...

(...)O que acontece na socialização é que o mundo social é internalizado pela criança.(...)
A escola é um espaço de cruzamento de saberes e de culturas, onde os alunos devem tomar cada vez mais seu espaço de protagonismo, saindo do lugar de meros espectadores para o de autores de suas próprias histórias, assim como o de co-autores de outras histórias.Deve-se ter em mente que a escola transmite ao aluno, que é um local de construção e reconstrução de trajetórias humanas, permitindo ao indivíduo um olhar irrestrito, de 360°, onde as relações interpessoais são travadas, estudadas, vivenciadas e compreendidas com o intuito de se estenderem para fora do âmbito escolar.

Agbale disse...

Agbale Fernandes - Turma 3

O primeiro papel social que a criaça exerce é de filho dentro do âmbito familiar. Quando chega na escola, descobre que dentro de uma mesma sociedade, pode-se 'atuar' em diversos papéis dentro de um contexto. Na sala de aula, ele pode ser aluno, amigo, nerde, burro, esforçado, entre outros. Todos esses exemplos querem apenas nos dizer que através da escola, com convívio com o outro, o individuo poderá 'escolher' qual o papel social se encaixará para uma determinada situação. E o mesmo se dará na sociedade, em si, onde ele será pai, trabalhador, amigo, revolucionário, alienado, etc. Uma outra forma que a escola pode reforçar essa ideologia de papéis sociais é através das brincadeiras de faz de conta, em que o alunos pode ser rei, princesa, mãe, pai, empragado, patrão. E assim, já desde de criança, a assimilação da realiadade já começa a ser estruturada, onde entra em questão de quem eu sou, o que esperam de mim, o que eu quero ou não.

Iara disse...

Iara Rodigues - Turma 3

Na família, a criança começa a formar a sua identidade e a entender seu papel social. Já na escola, ela desenvolve o que começou a 'esboçar' e passa a compreender. Perguntas do tipo 'quem sou', 'o que eu quero ou não', 'o que esperam de mim', são algumas que rodeiam as cabeças dos alunos na idade escolar e após a mesma. Na sala de aula, o individuo descobre a possibilidade de atuar vários papéis socias nas mais diversas situações. Por exemplo: para o professor, ele é aluno, para um outro aluno, é considerado amigo, para a coordenação, ele visto como o inteligente da turma, para a mãe, ele é filho. Portanto a escola irá fortalecer ainda mais a importância desses papéis na sociedade e ainda por cima colaborar para a reafirmação deles nos variados 'palcos' que os alunos encontrarão durante sua vida, principalmente, pós-escola.

Anônimo disse...

Lívia Cardoso Junqueira
Sociologia da Educação - Turma 12

De acordo com Berger, nossa identidade é construída na interação com o “outro generalizado”, ou seja, vamos nos desenvolvendo influenciados pela maneira como os outros, a sociedade nos enxerga, reage a nós. Esta idéia possui similaridades com outros pensadores como Heidegger e Lacan. Em linhas gerais e fazendo ressalva às várias diferenças entre esses autores, ambos defendem que o sujeito se desenvolve em suas relações no mundo. Heidegger desenvolve o conceito de Dasein (ser-aí) e Lacan de Grande Outro para abordar esse assunto. Sendo a escola, geralmente, o primeiro espaço social no qual a criança se insere após o contato quase que exclusivo com a família e, levando em consideração que a infância e a adolescência são períodos crucias no desenvolvimento do sujeito, a escola, ou melhor, as relações estabelecidas neste ambiente são muito relevantes para a constituição do indivíduo. Os vínculos com colegas, professores e funcionários em geral, a maneira como a criança é vista e tratada na escola seriam, dentro da teoria do “outro generalizado”, de enorme importância para que o indivíduo vá formando sua identidade. No entanto, acredito que essa influência não se dá em uma única direção, mas sim que também somos responsáveis pela construção de nós mesmos e que influenciamos também nosso entorno, o “outro generalizado”. Assim, acho que para pensar e problematizar essa questão vale citar Sarte: “não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que faço com o que fizeram de mim.”

Anônimo disse...

Carlos Eduardo de Araujo T9

Talvez por ser um local de trocas, o aluno vê no outro uma possibilidade diferente do que ele é. O estudante, em especial na fase da infância, enxerga em seu colega, que está ali dividindo as mesmas experiências que ele, uma nova forma de si mesmo, ou seja, ocorre todo um processo influenciador recíproco no modo de ser do aluno. Assim sendo, por ser a escola uma instituição aglutinadora com vista à uma uniformização de seus educandos, proporciona diariamente este tipo de fortalecimento. E não haveria de ser diferente, até porque é incutido na mente dos alunos uma determinada postura através de normas que serão observadas em seu comportamento.

Anônimo disse...

Leonardo Monteiro Ferreira
Turma 12

A escola tem um papel de democratizar as relações entre os alunos. Atividades em grupo, a idéia de igualdade de condições, direitos e deveres atribuídos a todos de forma uniforme, essas são práticas escolares que exercitam nos alunos a percepção das regras do bom convivio em sociedade.

Anônimo disse...

A escola tem papel de formar para o convívio em ociedade, com isso, trabalha comportamento, disciplina, obediência e convivio em grupo com deus alunos.
Na escola, o aluno passa a formar idéias, contruir pensamentos, descobre que existe regras qu precisam ser cumpridas, e principalmente passa a aprender a conviver em meio aos outros, assim o aluno passa a confraternizarconhecimentos e assim descobrindo seu lugar e papel social na sociedade.

Hugo de Oliveira
Turma 3

Anônimo disse...

É na escola que indivíduo tem contato com outros individuos totalmente diferentes de si. Portanto na escola a percepção das pessoas, dos lugares sociais, e dos papeis sociais, se fazem presente, fazendo com que o indivíduo necessite criar mecanismos para a aceitação através dos inúmeros grupos existentes no ambiente escolar, paa determinada ação a ser realizada. Então, o ambiente escolar nebriado de mecanismos de controle, papéis sociais, grupos de referência, etc.favorecem a influencia e a convivencia, seja por conveniencia ou não dos grupos que ali estao presentes.

Raphael machado
turma 4

Anônimo disse...

Na escola o aluno terá varias relações pessoais: aluno-professor; aluno-funcionários da escola, aluno-aluno e em todos haverá um tipo de situação em que ele terá que criar um personagem. Estes personagens fazem parte desse outro generalizado, onde através de um controle social a criança acaba sendo/fazendo aquilo que o seu meio social espera dele. A escola, como integrante da sociedade e responsável de passar valores, ideais e pensamentos desta mesma sociedade aos alunos, tem dentro de si mazelas como classes sociais e mecanismos de controle social, por isso o aluno se vê obrigado a responder a múltiplas expectativas, a ter que ser várias pessoas, a ter que responder a várias situações dentro da escola. A escola normalmente é a primeira interação social ampla dos alunos, onde a família não estará por perto, é ali na escola que aprenderá a ser comportar em publico, ou seja, a criar personagens, ser um outro generalizado para cada fato que se apresenta para ele. Sou Carlos Eduardo Silva dos Santos T.: 09 Sociologia da Educação

alessandra dias da silva disse...

Alessandra Dias da Silva
mat:200510248411

A escola reforça a importância / influência do outro generalizado, quando se utiliza de maneira consciente ou inconsciente de um modelo curricular e de práticas pedagógicas controladoras, afim de abafar o individual, o subjetivo e imprimir por meio de regras (horário, uniforme, a obediência, a eficiência nos estudos...), formas padronizadas de conduta. Este papel desempenhado pela escola comunga com a idéia de que a mesma prepara o indivíduo para o papel socialmente aceitável que deverá desempenhar na fase adulta. Acredito que as escolas só podem deixar de ser meramente “garoto de recados sociedade”, quando os educadores compreenderem sua importância para o desenvolvimento das crianças respeitando suas diversidades, sem às enformar.

Isabella Gonçalves disse...

Isabella (turma 12)

A escola é responsável pelo desenvolvimento intelectual do indivíduo e tem uma significativa importância, dentro da vida social do mesmo influenciando na relação de grupos formados dentro e fora dela, por exemplo, em um trabalho extraclasse ou mesmo dentro da sala de aula a formação de grupos é estabelecida pela relação de afinidade de seus integrantes, tende-se a ter como companheiro de seminário ou trabalho escrito um colega de classe com quem se tem mais aproximação,e é nesse processo que as trocas importantes ocorrem,é à partir desse momento onde aceitar a opinião do outro na formulação do trabalho, mesmo não coincidindo com a sua se torna um ponto de plena discordância ou um consenso que só é estabelecido através de um debate é nessa relação de ceder e receber a opinião alheia que se constrói a idéia de respeito as diversas formas de pensar do outro moldando no aluno o conceito também de tolerância e aceitação de uma personalidade afim, mas oposta a sua.Neste contexto pode ser inserido as relações que constituem a sociedade, a escola é um dos primeiros lugares onde o indivíduo aprende a conviver com personalidades diferentes.

Mayara Merlim disse...

O desenvolvimento da educação do indivíduo inicia-se a partir do momento em que este se insere na sociedade. Mesmo ainda no meio familiar ele já começa a estabelecer referências às pessoas que a cercam, começando a formar sua identidade, seu caráter, sua personalidade. Contudo, no meio escolar, o indivíduo inicia seu contato com outras crianças, que, por sua vez, estavam inseridas em outro contexto social, carregando, assim, cada qual sua bagagem social distinta.
Nossas atitudes, pensamentos, relacionamentos, objetivos, estão totalmente ligados ao grupo que estamos inseridos. De acordo com o grupo de referência que fazermos parte, nossas ações serão dadas de forma que elas sejam aceitas, para que nós sejamos aceitos dentro daquele grupo social. Todo ser tem necessidade de ser aceito em um grupo social. Nenhum indivíduo sobrevive sozinho, todos temos necessidades da aceitação do próximo. Assim, nos identificando com determinados grupos, buscando nestes, a aceitação e aprovação para integrar-se num determinado grupo de referência.
A escola tem (teórica e socialmente) a responsabilidade de educar, transmitir o conhecimento. Porém, o desenvolvimento do aluno não se dá apenas nas questões pedagógicas, mas também no âmbito social que este se insere.

MAYARA MERLIM.
TURMA 04.
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO.

Anônimo disse...

EDILAINE PAIVA Tª. 9

1 - De que maneira a escola fortalece no indivíduo a importância/influencia do outro generalizado ?

Para responder a questão, é necessário, antes, esclarecer o qeu significa a teoria do papel. Tal teoria que adota tal nome do teatro tem sua origem com William James, mas seus pais são Charles Cooley e George Herbert, que entendem que o papel é definido como sendo uma resposta tipificada a uma expectativa tipificada. Os papéis trazem em seu bojo tanto as ações como as emoções e as atitudes a elas relacionadas, como pro exemplo, o professor que representa uma cena de sabedoria vem a se sentir um sábio, ou o pregador que passa a crer no que prega.
Para a teoria do papel, a identidade é atribuída socialmente, sustentada socialmente e transformada socialmente. Para Meed, a gênese do eu é identificada como a descoberta da sociedade. Para ele, a criança assume papéis ligados aquelas pessoas chamadas de ‘outros significativos’, isto é , aquelas do seu convívio intimo, cujas atitudes definem a criança como ela é, formando a concepção que a criança faz de si mesma. Depois, a criança aprende que os papéis que representa são relevantes não só para seu pequeno núcleo, mas para a sociedade em geral. Este nível de abstração é o ‘outro generalizado’.
Assim sendo, a identidade da criança não é mais formada apenas pela expectativa do núcleo íntimo familiar, mais de elementos externos também. Ou seja, não só a mãe espera que seu filho sje um bom menino educado e obediente, mas toda a sociedade espera dele tal comportamento.
A escola é um ambiente em que a criança encontra regras escolares ditadas pela autoridade escolar, regras de convívio com os pares e ainda com transeuntes que o vêem uniformizada pela rua e, cada grupo possui sua expectativa, a qual exige da criança uma identidade correspondente. Assim, a criança assume papéis sociais diferentes daqueles que exercia no seu grupo familiar, portanto a escola produz um novo comportamento social, que funciona como um processo de aprendizado da leitura da expectativa do outro generalizado.
A criança ao entrar em contato com o ambiente escolar, deixa a velha identidade de lado e assume a nova identidade a fim de se estabelecer como parte integrante daquele grupo escolar, mudando sua linguagem, jeito de se comunicar e expressar, de vestir-se, seus desejos presentes e futuros e todos os traços característicos de um estudante daquele grupo.
A escola é uma escola de papel social, fortalece dentro do indivíduo influencia do outro generalizado. O contato com o professor, as atividades propostas, os exames, as cobranças, as expectativas ao fim de cada período e outras tantas atividades vivenciadas pela criança na escola atuam como reformador da identidade.
A identidade não é uma coisa pré-existente, somos aquilo que os outros querem que sejamos e, no caso da criança, podemos dizer que ela se torna aquilo que a escola quer.

Edilaine Paiva tª 9 - Sociologia da Educação.

Vanessa de Brito Nunes disse...

A interação de todo indivíduo é construída através do relacionamento com o "outro generalizado", nos desenvolvemos através da influência que sofremos desses "outros", estas inflências poderão acontecer ainda por conta de outros estímulos, assim como o próprio meio em que vive. Esse desenvolvimento se dá a partir do modo como a sociedade nos percebe, a reação desse "outro" a cada indivíduo. A escola, no entanto, é o 1º meio em que a criança se insere após o contato com sua família e é através da escola que se estabelece um vínculo fundamental para a constituição do sujeito. Não podemos deixar de levar em consideração todos os papéis sociais inseridos neste ambiente, a escola, estes também contribuem dentro da "teoria do outro generalizado" para formação da identidade desse sujeito. Porém, não podemos deixar de citar a influência que este "outro generalizado" também sofre, através do meio que o rodea e por nós que cercamos este outro. Na realidade estamos rodeados de estímulos por todos os lados e cabe a nós a maneira como iremos lidar com essas influências e de como iremos influenciar o outro. No papel de educador, esta questão torna-se crucial tanto pela influência que ele exerce sobre as crianças quanto pela influência recebida por ele.


Vanessa de Brito Nunes. Turma 12

Anônimo disse...

Texto 3
De que maneira a escola fortalece no indivíduo a importância/influência do outro generalizado?

A escola deve ser uma ponte para que o indivíduo aprimore seus questionamentos nas relações interpessoais.
A aplicabilidade de uma "cultura de colaboração" apóia-se em dois fatores importantes: na dimensão cognitiva, com o debate e a troca de idéias, e na dimensão afetiva, que cria o necessário clima de confiança, indispensável para que cada um participe efetivamente, sem temer o ridículo, a exploração, a desvalorização ou a discriminação.
Há que existir uma consciência ética por parte dos educadores para que este objetivo não se perca diante das dificuldades que se apresentam no cotidiano escolar.

Wellington Procópio
Turma 9

Anônimo disse...

Geane Cristina 200720356511 turma 4
Texto 3
A escola fortalece no indivíduo a importância/influência do outro generalizado desde a convivência com os outros alunos até a convivência com o professor, ele tem que se adequar as normas da escola aos padrões daquele meio social, ele é influenciado para tirar boas notas, não fazer bagunça seguir o exemplo dos alunos tidos como “exemplo”, seus gostos e anseios serão determinados pelos seus amigos de escola para que ele possa ser aceito, o aluno passa a se portar da maneira que os alunos e professores esperam dele, se ele não corresponder a estas expectativas é excluído do meio social, por isso ele sente a necessidade de se adequar.

Anônimo disse...

Elayne Dultra - turma: 09

O período em que adquirimos os conhecimentos taxados como “corretos” para a formação de um indivíduo, é o período em que o mesmo encontra-se inserido no ambiente escolar.
Não apenas o educador, mas também o espaço escolar, da ao indivíduo a sensação de controle,, disciplina, obediência, comprometimento e pontualidade.
Querendo ou não, é fato que muitas reações e atitudes desenvolvidas e praticadas fora do seio escolar são realizadas por alguns indivíduos pelo simples fato de não se sentirem aprisionados ou acuados.

Carolina disse...

Carolina Apoliano - Turma 9

Texto 3


De que maneira a escola fortalece no indivíduo a importância/influência do outro generalizado?

A escola já teve uma posição de controladora, hoje em dia acho que já não é tanto assim, perdeu-se muitos valores com o tempo, acabou o respeito ao professor. Na minha época ficávamos de pé quando o diretor entrava em sala de aula, hoje os alunos o tratam como um “ coleguinha”. A escola virou comércio e os valores passados aos alunos estão muito mudados. Creio que a escola ainda influência muito na formação do caráter dos alunos, mas muito dessa formação deveria vir de berço e não ser atribuída como uma obrigação da escola. Creio que a escola ainda passará por muitas transformações pois o mundo está em transformação e tenho a esperança de que a escola volte a ter um papel importante na vida do aluno a fim de voltar a transmitira não só conhecimento mas trocar valores que hoje estão esquecidos como amizade, pontualidade, disciplina ( que é muito importante e hoje em dia é uma bagunça), respeito, vontade de aprender, entre outros que fará com que o aluno descreva seu próprio caminha em favor de um mundo melhor.