domingo, 4 de janeiro de 2009

EDU E TRANSFORMAÇÕES - ORIENTAÇÃO SEXUAL


TEMA: ORIENTAÇÃO SEXUAL

Apresentação


O tema a ser abordado é “Orientação Sexual - DSTs /AIDs”, que visa atender a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) com os chamados Temas Transversais, procurando dessa forma, num trabalho conjunto com diferentes áreas do conhecimento, discutir, refletir e conscientizar sobre questões pertinentes da sociedade contemporânea. Para o tema apresentado será utilizado o diálogo entre as seguintes áreas de conhecimento: História, partindo do pressuposto da existência de uma história do tempo presente e se utilizando de método comparativo; Geografia e Psicologia.

METODOLOGIA

- Ano: 8º
- Tempo Estimado: cinco aulas.
- Desenvolvimento:

Primeira aula:

Propõe-se uma aula expositiva sobre o tema, estabelecendo relações entre a sociedade do século XIX (mais especificamente a inglesa, a partir da Revolução Industrial) e as transformações que se desenvolveram no âmbito da sexualidade, bem como no das ciências biológicas. Nesse sentido, será possível iniciar uma discussão em torno das DSTs mais comuns no período e das implicações psicológicas e sociais inerentes ao seu contágio naquele contexto, estabelecendo comparações com a nossa sociedade e a evolução nos mecanismos de tratamento e prevenção de tais doenças, além do surgimento de novas DSTs – como a AIDS.

Como parte desse processo, os alunos escutarão as seguintes músicas: “A Via Láctea”, de Renato Russo, e “Ideologia”, de Cazuza. Serão selecionados para análise alguns versos, tais como “Essa febre que não passa” e “Meu prazer é risco de vida”. Será perguntado aos alunos se eles sabem quem foram esses músicos, de que época são, e se sabem de que morreram - no caso AIDS. Será perguntado se já ouviram e se sabem o que significa a sigla. Será discutido com a turma o surgimento da AIDS, o impacto que teve sobre a sociedade da época e os preconceitos que a doença gerou comparando com o significado da doença hoje. Será também mostrado que a AIDS se inclui entre as chamadas DSTs.

A partir daí, se desenvolverá um questionamento em torno do que seriam os grupos de riscos, e as mudanças pelas quais passou esse conceito desde o aparecimento da AIDS aos dias de hoje. Além disso, será perguntado à turma se conhecem ou ouviram falar de formas de prevenção dessas doenças, de modo que será possível partir do conhecimento e dúvidas dos próprios alunos para realizar essa discussão. Discutir-se-á o preconceito gerado por outras doenças sexualmente transmissíveis – além da AIDS, e o papel do Estado com relação a essa questão.

Segunda aula

O desenvolvimento desta aula se dará a partir de discussões em torno da globalização, que apesar de não contar com uma definição que seja aceita por todos, é basicamente um processo ainda em curso de integração de economias e mercados nacionais, o qual, no entanto, compreende mais do que o fluxo monetário e de mercadoria; implica a interdependência dos países e das pessoas, além da uniformização de padrões, e está ocorrendo em todo o mundo, também no espaço social e cultural – a chamada "terceira revolução tecnológica" (processamento, difusão e transmissão de informações). Como parte desse diálogo, serão trabalhados subtemas tais como:

• Fluxo Migratório – comparação
A partir da aniquilação do espaço pelo tempo têm se cada vez uma maior circulação global fundamentada na tecnologia associada ao transporte.

• Difusão das doenças / Doenças globais

Conforme o relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, existem no mundo aproximadamente 33 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS. Esse número inclui os 2,5 milhões estimados de pessoas que adquiriram o HIV durante 2004.

• AIDS no Mundo – Espacialização

A África Subsaariana é a área mais afetada, com aproximadamente dois terços do total mundial (22,5 milhões de pessoas com o HIV); desse número três quartos são do sexo feminino. A região também concentra 76% das mortes pela doença.

Na América Latina, o relatório afirma que a epidemia permanece estável. Em 2007, o número estimado de novas infecções na região foi de 100 mil; e o de mortes, de 58 mil. Atualmente, estima-se que 1,6 milhão de pessoas vivam com AIDS na América Latina.

O documento também indica aumento de 150% no número de pessoas infectadas na Europa Oriental e Ásia Central: passou de 630 mil, em 2001, para 1,6 milhão, em 2007. Noventa por cento das pessoas com HIV no Leste Europeu vivem na Ucrânia e na Rússia.

• O caso da África

Na África Subsaariana, o problema é tão grave que de cada cinco mortos um é de decorrência da AIDS. Nos países Zâmbia e África do Sul, cerca de 20% de toda população adulta e jovem encontra-se contaminada com a doença, em Botsuana cerca de 39% da população entre 15 e 49 anos estão com a doença e em Lesoto e Zimbábue o percentual é de 20%, esses números são dados da OMS (Organização Mundial de Saúde).

O governo do Quênia, diante do flagelo provocado pela doença, sugeriu de forma ingênua que a população deixasse de fazer sexo por um período de dois anos. Segundo o governo esse tempo serviria para diminuir a expansão do vírus, já que entre a população de 30 milhões de habitantes 3 milhões estão infectados.

Como parte da metodologia, haverá uma exibição de mapas onde verificaram a espacialização do HIV.

Terceira aula

Nessa aula sugere-se a realização de uma dinâmica com a turma: “Tempestade de idéias”. Tendo como objetivo permitir a expressão das percepções, idéias, valores e opiniões dos participantes sobre a AIDS e as DSTs, de modo espontâneo e criativo, além de possibilitar a discussão de diferentes aspectos sobre o tema, essa atividade pode durar até 40 minutos - para o que utilizará apenas o quadro-negro e giz – e desenvolver-se-á da seguinte forma:
• O facilitador-professor distribui ao grupo papéis e solicita que cada participante escreva pelo menos três palavras que mais se relacionam ao tema em questão.
• Os papéis são recolhidos e redistribuídos aleatoriamente. Solicita-se que cada um dos participantes faça a leitura das palavras que recebeu.
• O professor deverá escrever no quadro cada palavra lida.
• Diante do conjunto de contribuições dos participantes, o professor deverá, com o auxílio do grupo, aprimorar conceitos e discutir as palavras lidas, levando o grupo a refletir e concluir sobre o tema em questão.
Quarta aula

Direcionando a discussão em torno de atitudes relacionadas à prevenção da AIDS e das DSTs, e dos fatores subjetivos e comportamentais relacionados a não adesão ao uso da camisinha, a proposta deste assunto será orientada por um debate acerca do tema, utilizando artigos de jornal e pesquisas sobre o assunto.
Além disso, o debate poderá ter a participação de uma pessoa especializada na orientação para a prevenção das DSTs, a qual poderá esclarecer dúvidas dos alunos, e/ou uma pessoa portadora do vírus da AIDS, por exemplo, para que os alunos percebam que não é preciso ter nem um tipo de preconceito e como é possível levar uma vida normal, seguindo o tratamento correto.

Quinta aula

A quinta e última aula será reservada para auxiliar os alunos nos trabalhos finais para avaliação. Com o auxílio dos professores, serão organizados os grupos que serão devidamente orientados para montar seus projetos, os quais serão expostos apenas ao fim do bimestre.


AVALIAÇÃO

A turma será dividida em 5 grupos, aos quais será proposto o desenvolvimento das seguintes atividades: a elaboração de uma peça teatral, de um cartaz, uma música, um desenho e/ou uma poesia sobre o tema discutido – a idéia é que os alunos possam utilizar a forma de expressão com a qual se identifiquem mais. Esses trabalhos serão expostos para toda a turma, para que possam trocar experiências, em um processo coletivo de construção do conhecimento. Além disso, deverão produzir individualmente um pequeno texto ou relatório, com no máximo 30 linhas, expondo sua compreensão em torno do que foi discutido.

Outra possibilidade é solicitar aos alunos que façam, como uma atividade em grupo, uma campanha de prevenção que favorecesse à mudança de atitudes em relação ao uso da camisinha.

Espera-se que após essa atividade eles tenham não apenas conhecimentos sobre a prevenção das DSTs, mas também consciência de que essa é uma realidade que está presente no dia a dia de todos nós, da necessidade de tomar os devidos cuidados.


ANEXOS


Reportagens

• HIV cresce na população com mais de 50 anos
http://www.cosmo.com.br/noticia/14244/2008-11-24/hiv-cresce-na-populacao-brcom-mais-de-50-anos.html

• Uso da camisinha cresceu 24% em 4 anos no Brasil.
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI136796-EI715,00-Uso+da+camisinha+cresceu+em+anos+no+Brasil.html
• AIDS cresce mais em garotas no Brasil
http://www.ipcdigital.com/ver_noticiaA.asp?descrIdioma=br&codNoticia=10985&codPagina=11406&codSecao=368

• Pai protesta contra uso de kit de educação sexual
Material foi mostrado para alunos de 12 anos (Reportagem do Fantástico).
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL884208-15605,00-PAI+PROTESTA+CONTRA+USO+DE+KIT+DE+EDUCACAO+SEXUAL.html

Aspectos a serem debatidos

O uso da camisinha é o principal método de prevenção de DSTs/AIDS. As pessoas sexualmente ativas que não usam preservativo nas relações sexuais correm o risco de se contaminarem. No entanto, as atitudes das pessoas em relação ao uso da camisinha ainda costumam se manifestar de maneira negativa.

Existem muitas crenças negativas associadas ao uso da camisinha, o que dificulta a adesão a esse método de prevenção. Os motivos variam desde confiança no (a) parceiro (a) a questões religiosas. Sem falar das queixas relacionadas à perda da sensibilidade e do prazer. Muitos afirmam que não gostam de usar camisinha e reforçam a idéia de que usar camisinha é o mesmo que “chupar a bala com o papel”, outros consideram que se sentem constrangidos de negociar e conversarem com o parceiro sobre o assunto. Enfim, podemos enumerar uma série de sentimentos e de experiências associadas ao uso do preservativo. Esses fatores se referem às atitudes, que é um conceito em Psicologia Social.

Segundo Aroldo Rodrigues (1972:164), uma atitude é constituída pela combinação de sentimentos (componente afetivo), predisposições para agir (componente comportamental) e de crenças (componente cognitivo). Sendo assim, de modo geral, o conceito de atitude se refere a comportamentos, idéias e sentimentos pró ou contra em relação a algum objeto ou evento. A partir de estudos em psicologia social, a mudança de atitudes não é uma impossibilidade, apesar de não ser uma tarefa fácil.

Grupo:

Elaine Santos de Jesus (História)
Priscila Velozo da Silva (História)
Teresa Cristina de Andrade Gomes (História)
Patrícia Coutinho Rangel. (História)
Hugo Guimel (Geografia)
Vinícius Santana (Geografia)
Fernanda Nogueira (Psicologia)
Giselle (Psicologia)

AVALIAÇÃO DO PROFESSOR


A proposta do grupo atende aos requisitos do trabalho, valendo-se, sobretudo, da criatividade. A metodologia sugerida é atraente e eficaz e o levantamento teórico realizado demonstra empenho e seriedade com a atividade. Contudo, é importante que repensem a primeira parte do trabalho, cuidando de expor melhor as indicações dos PCNs para o tema ‘Orientação Sexual’. Para a próxima etapa, sugiro que os demais colegas acessem as reportagens do anexo, no sentido de propor novos caminhos ao presente plano, com leituras na sua área de atuação. Parabéns ao grupo!

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